DA REPORTAGEM LOCAL

Se o cinema já nos mantém bastante a par do grande interesse existente pelo tema do Holocausto, do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, o mercado editorial, mais silenciosamente, também é emblemático para demonstrá-lo. Se isso se deve à incurabilidade da ferida, aos resquícios eternos do trauma ou a um oportunismo mórbido -como aventou o americano Norman Finkelstein, em seu livro "A Indústria do Holocausto - Reflexões sobre a Exploração do Sofrimento dos Judeus"-, isso é difícil de dizer.
Fácil é constatar a profusão de lançamentos relacionados ao tema, e de maneiras bastante diversas. Neste ano, além do livro de Ruth Klüger, foi publicado o vastamente comentado "No Bunker de Hitler" (Objetiva, R$ 32,90, 189 págs.), de Joachim Fest, que narra os últimos dias de vida do ditador alemão e resultou no filme "A Queda!".
E não foi só: também neste ano outros dois livros alcançaram as já abarrotadas prateleiras de livros históricos e de memórias das livrarias, tomadas pelos lançamentos inúmeros da última década.
Pela Record, o lançamento da vez é "O Mistério de Olga Tchekova" (R$ 45,90; 336 págs.), que conta a história dessa sobrinha do escritor russo Anton Tchekov que migrou para a Alemanha na década de 30 e se tornou a atriz favorita de Hitler, além de sua amiga e confidente.
Mais na linha do de Klüger, por fim, a Humanitas publicou em maio "A Vida e a Luta de uma Sobrevivente de Holocausto" (R$ 30; 150 págs.), de Sabina Kustin, uma judia que hoje vive em São Paulo, que vasculhou suas memórias do Holocausto para refazer sua trajetória e tecer comparações entre aquela e esta realidade.


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