São Paulo, quinta, 8 de outubro de 1998

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Rushdie vai à Feira de Frankfurt

CASSIANO ELEK MACHADO
enviado especial a Frankfurt

E Salman Rushdie saiu da toca. Em aparição-relâmpago, o escritor britânico de origem indiana foi a grande atração do primeiro dia da 50ª Feira do Livro de Frankfurt.
Acompanhado de seguranças, o autor de "Versos Satânicos" (Cia. das Letras) distribuiu ontem sorrisos nervosos em curta caminhada na entrada principal da feira.
O nervosismo estampado no rosto de Rushdie personificou o tema principal da feira, a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Salman Rushdie veio a Frankfurt em um momento delicado. Há menos de um mês, o presidente do Irã, Mohammad Khatami, declarou que o governo não tomaria providências para executar a sentença de morte que o escritor recebeu em 89 do então líder político-religioso aiatolá Khomeini, que interpretou "Versos Satânicos" como uma blasfêmia ao islamismo.
O otimismo gerado pela fala de Khatami foi banhado com água fria na semana passada, quando 160 parlamentares iranianos referendaram a validade da "fatwa" (sentença de morte) a Rushdie.
"As editoras iranianas só serão bem-vindas a Frankfurt quando forem revogadas todas as ameaças a Salman Rushdie", disse o diretor da feira Peter Weidhaas, em discurso de abertura do evento, que reúne este ano editoras de 105 países (nenhuma delas iraniana).



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