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Rushdie vai à Feira de Frankfurt
CASSIANO ELEK MACHADO
enviado especial a Frankfurt
E Salman Rushdie saiu da toca.
Em aparição-relâmpago, o escritor
britânico de origem indiana foi a
grande atração do primeiro dia da
50ª Feira do Livro de Frankfurt.
Acompanhado de seguranças, o
autor de "Versos Satânicos" (Cia.
das Letras) distribuiu ontem sorrisos nervosos em curta caminhada
na entrada principal da feira.
O nervosismo estampado no rosto de Rushdie personificou o tema
principal da feira, a Declaração
Universal dos Direitos do Homem.
Salman Rushdie veio a Frankfurt
em um momento delicado. Há menos de um mês, o presidente do
Irã, Mohammad Khatami, declarou que o governo não tomaria
providências para executar a sentença de morte que o escritor recebeu em 89 do então líder político-religioso aiatolá Khomeini, que interpretou "Versos Satânicos" como uma blasfêmia ao islamismo.
O otimismo gerado pela fala de
Khatami foi banhado com água
fria na semana passada, quando
160 parlamentares iranianos referendaram a validade da "fatwa"
(sentença de morte) a Rushdie.
"As editoras iranianas só serão
bem-vindas a Frankfurt quando
forem revogadas todas as ameaças
a Salman Rushdie", disse o diretor
da feira Peter Weidhaas, em discurso de abertura do evento, que
reúne este ano editoras de 105 países (nenhuma delas iraniana).
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