São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000

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ESTRÉIA

Montagem abre trilogia dirigida por Tanah Corrêa

Amigo de infância de Plínio Marcos leva "Dois Perdidos" ao Rio

DA REPORTAGEM LOCAL

Meses antes de morrer, em 99, Plínio Marcos deu sinal verde para o diretor Tanah Corrêa, amigo de infância em Santos (SP), montar uma trilogia com suas peças.
"Dois Perdidos numa Noite Suja" (66), a primeira, estréia hoje no Rio, com Alexandre Borges (filho de Tanah) e o ator português José Moreira. A trilogia será completada por "Homem do Caminho" e "O Bote da Loba".
No final dos anos 60, o diretor já queria montar a peça, mas o dramaturgo achou que o colega ainda não tinha "repertório emocional" para penetrar o submundo de Paco e Tonho, carregadores em um mercado que transformam o quarto comum de uma espelunca em campo de embate que reproduz a relação de poder da própria sociedade que os exclui.
Tanah montou o texto pela primeira vez em 79. Borges, então com 12 anos, assistia as sessões e os ensaios na primeira fila. Anos depois, queria montar "Dois Perdidos..." com o irmão André Corrêa, que agora assina a assistência de direção. Ambos ouviram do pai o mesmo conselho de Plínio: ainda não tinham maturidade.
Só agora, aos 34, Borges -que interpretou cena da peça para entrar no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho e para obter o registro no sindicato dos atores em SP- vive Tonho, rapaz do interior, com curso de datilografia e estudo básico, mas que não consegue emprego na grande cidade.
A atualidade da obra impressiona Tanah, 60. "O Tonho que não consegue emprego com curso de datilografia reflete a mesma situação dos universitários brasileiros que, hoje, estão disputando subempregos", afirma o diretor.
"Dois Perdidos..." é uma montagem da Confraria Luso-Brasileira. Depois do Rio, segue para São Paulo. Estão agendadas ainda apresentações em Lisboa. (VS)


Peça: Dois Perdidos numa Noite Suja
Texto: Plínio Marcos
Direção: Tanah Corrêa
Com: Alexandre Borges e José Moreira
Quando: estréia hoje, às 21h; sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h. Até 14/1
Onde: Casa da Gávea (pça. Santos Dumont, 116, tel. 0/xx/21/239-3511)
Quanto: R$ 20





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