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Última Moda
Alcino Leite Neto - ultima.moda@grupofolha.com.br
Fashion Rio dribla a crise
Semana de moda, que começa domingo, vai medir o ânimo dos compradores para 2009, com a feira Fashion Business
Moda e comércio andam juntos. Por isso, o Fashion Rio engloba, desde a sua terceira edição (em 2003), uma feira de negócios, o Fashion Business.
Na temporada outono-inverno do evento carioca -que começa neste domingo e vai até o
dia 16-, boa parte da atenção
dos empresários da moda deverá estar voltada para esta feira.
Ela vai indicar em primeira
mão o clima de negócios fashion no país, nesta época de crise financeira global.
Além disso, o Fashion Business abre as portas reformulado, com um espaço expositivo
maior, de 15 mil m2 (o tamanho
anterior era 10 mil m2), com
um número maior de marcas
participantes (200, contra 150
em junho de 2008) e algumas
novidades, como uma exibição
de grifes francesas.
Caminho obrigatório
Na replanificação arquitetônica do Fashion Rio, feita nesta
edição, o Fashion Business
também passa a ser a entrada
oficial de todo o espaço na Marina da Glória e o caminho obrigatório para aqueles que forem
assistir aos desfiles.
"Senti a necessidade de mudar a arquitetura, de modo que
o público compreendesse que
tudo faz parte da mesma família, os negócios e a passarela",
diz a empresária Eloysa Simão,
criadora e diretora do evento.
Para ela, o Fashion Business
é o "grande diferencial" do Fashion Rio. A São Paulo Fashion
Week não dispõe de uma feira
similar, embora vários showrooms sejam realizados pelas
grifes na cidade, na época dos
desfiles no Ibirapuera.
Na última temporada, o Fashion Business recebeu cerca de
11 mil visitantes, inclusive estrangeiros. O volume de negócios chegou a R$ 443 milhões.
As exportações alcançaram R$
16,2 milhões, segundo números
do CIN (Centro Internacional
de Negócios) e da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de
Janeiro), que é correalizador da
feira de negócios.
"O Fashion Business surgiu
da necessidade de ter, junto aos
desfiles, um evento que não
fosse apenas de imagem de moda, mas organizasse o mercado
e lhe desse um direcionamento", afirma Cristiane Alves, gerente do Senai-Moda do Sistema Firjan e responsável pela
organização da feira. "Também
atendemos à demanda dos
compradores, que queriam os
showrooms perto dos desfiles."
França-Brasil
Nesta temporada, além dos
showrooms das grifes, o Fashion Business terá o Espaço Internacional, dirigido especificamente aos compradores estrangeiros e com marcas já bem
estabelecidas no Brasil que
atualmente estão interessadas
em ampliar a exportação.
Também terá um espaço institucional dedicado à feira Prêt-à-Porter Paris, com exibição de
criações de grifes francesas. A
iniciativa é parte de um acordo
firmado entre a Firjan e a Féderation Française du Prêt-à-Porter, que já levou, no último
ano, marcas brasileiras para exporem na Europa.
As expectativas de negócios
no Fashion Business nestes
tempos de crise "não são pessimistas, nem otimistas", na opinião de Simão. "Acho que vamos manter os mesmos números, sem crescimento. Os setores que tiveram maiores quedas foram os que estavam mais
aquecidos, como o automobilístico. Não é o caso da moda,
que não estava superaquecida."
Segundo Alves, "algo pode
ocorrer em 2009, mas por enquanto, surpreendentemente,
os indicadores são bons", conforme apontaram pesquisas
feitas pela Firjan com vários setores da moda.
Design democrático
Simão acredita que o importante para as grifes, agora, é "ter
uma visão clara do sistema produtivo, manter um olhar muito
afinado com o mercado, com o
desejo do consumidor, e apresentar um preço competitivo".
Ela não acredita que haja
contradição entre moda e bons
preços. "A democratização do
design é a grande luta. Se um
estilista acha que não consegue
fazer moda com preços competitivos, é melhor ele se dedicar à
alta-costura", sentencia.
A ideia de democratização
também perpassa o tema da 14ª
temporada do evento: "Rio Caleidoscópio Cultural Brasileiro". "O Rio não é uma cidade
que tem bairros de japoneses
ou de italianos. Aqui todos se
misturam... E a síntese desse
espírito democrático carioca é
a Lapa", diz Simão.
O bairro boêmio e seus famosos arcos serviram de inspiração à coreografia do evento,
criada pelo cineasta Ricardo
Naunberg. Fotos de Zee Nunes
que retratam personagens característicos da Lapa também
serão expostas no Fashion Rio.
Com Vivian Whiteman
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