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Sylvester Stallone aposta na
trajetória de um perdedor
da Reportagem Local
Para poder interpretar um honesto delegado em "Copland",
Sylvester Stallone diz ter engordado 20 quilos para dar "legitimidade" ao papel.
Se essa é uma boa invenção de
marketing para justificar a decadência física do ator -ou um tipo
de esforço dramático para vencer
sua desprezada imagem junto à
crítica-, não se saberá ao certo.
O fato é que seus fãs, e mesmo o
público que aprendeu a desprezá-lo pela ausência de qualquer talento aparente, encontrará agora
um outro Stallone. Em nada melhor ou pior do que sua imagem
mais conhecida (sua forma de interpretação é, no mínimo, limitada), mas em tudo diferente.
Há ainda a ação, os tiros, as perseguições e o sangue. Mas, dessa
vez, os elementos servem a um
propósito, não estão vagando em
um imenso vazio cinematográfico.
Estamos, talvez, diante do mais
honesto "produto Stallone", o
que não o afasta de falhas nem o
transforma em uma obra ideal. O
filme continua sendo um veículo
para seu astro e carrega todas as
falhas desse comprometimento:
Stallone, em "Copland", faz uma
troca simples de objeto e objetivo.
No lugar do herói de ação, interpreta um perdedor.
Se isso nos soa, por vezes, um
exagero tão pouco possível quanto
o vingador que salta no fogo para
salvar a humanidade ou as cores
dos EUA, é inegável que, se o personagem carece de bravura, o ator
não. Stallone faz uma aposta com
sua carreira, e, ao menos em um
primeiro momento, parece ter
vencido.
(MARCELO REZENDE)
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