São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2001

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MUNDO GOURMET

Pratos do Suruí flertam com cozinhas regionais do país

JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

O apelo do marketing levou os responsáveis pelo restaurante Suruí, inaugurado em maio do ano passado no bairro do Sumaré, a anunciar o local como uma referência de cozinha indígena. A proprietária seria descendente de índios brasileiros, e o restaurante ganhou o nome de uma tribo de Rondônia.
Um passar de olhos pelo bufê do restaurante (que só abre no almoço) mostra que se trata de um exagero perigosamente inútil: frustra a curiosidade dos que adorariam uma homenagem inteligente à cozinha indígena; e, pela decepção que provoca, pode obliterar a atenção do visitante diante de sua oferta simpática de pratos brasileiros, que flertam com as diversas cozinhas regionais do país.
A proprietária, a advogada paulista Yone Yamassaki, que em 15 anos passou por cinco restaurantes (mantém hoje um outro, de cozinha por quilo), soube criar uma ambientação agradável e quase bucólica na casa que ocupou numa rua movimentada do Sumaré. A entrada ornada pela vegetação, os móveis de jardim na varanda sugerem mais o clima de fazenda que a selva indígena.
A cozinha também, mas não fica nisso. O cardápio de pratos do bufê varia diariamente, preparado por Yone e três cozinheiros de três pontos do país (Goiás, Minas e Bahia). Tem um sabor caseiro, mas nem por isso convencional: ingredientes como o frango e a costeleta de porco são combinados com ervas ou com gengibre. Tudo meio familiar e meio diferente.
Exemplos: rabada com arroz no urucum; peixe ao molho de maracujá e farofa de banana; língua ao molho ferrugem com inhame cozido; caruru; moqueca de frango; doce de jaca, doce de cenoura ou de tomate-cereja. Alguns dos pratos sofrem pelo tempo em que requentam no bufê; outros parecem ter os molhos engrossados à força, desnecessariamente. Mas a cozinha brasileira agradece esse raro gesto de lembrança.


Cotação: $°Avaliação: regular Restaurante: Suruí (r. Prof. Alfonso Bovero, 363, Sumaré, tel. 0/ xx/ 11/3864-4399)
Horário: diariamente, das 12h às 15h30
Ambiente: casa com varanda tomada por bela vegetação
Serviço: self-service
Cozinha: brasileira de várias regiões, com novidades
Quanto: bufê completo, sem bebidas, R$ 16 por pessoa (aos domingos, R$ 20)



$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  


REFORÇO

Clóvis Siqueira, ex-La Cave, está no Félix Bistrot
Aos que se sentiram órfãos com a retirada de Clóvis Siqueira do cenário gastronômico, que se deu quando ele fechou seu restaurante La Cave um ano atrás, uma boa notícia. Ele discretamente começa a retomar as atividades atuando como consultor do restaurante Félix Bistrot, da Granja Viana (r. José Félix de Oliveira, 555, tel. 0/xx/11/492-3555). O melhor de tudo é que a experiência e o bom gosto de Siqueira vêm somar-se a um restaurante que já vem tendo um bom desempenho em sua cozinha franco-italiana, servida num ambiente tranquilo de casa de campo, no interior de 3.500 m2 de área verde. Entre os 15 novos pratos introduzidos por Siqueira, há novidades como o salmão ao molho emulsionado de salsinha e velhos clássicos do La Cave, como o vaporoso suflê de goiabada.



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