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Equipe precisou enfrentar temido K2 para filmar "Limite Vertical"
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES
Quando o neozelandês Martin
Campbell leu pela primeira vez o
roteiro de "Limite Vertical", antes
mesmo de ser convidado para dirigir o filme, pensou, "adoraria filmar isso". Mas, quando o diretor
de "A Máscara de Zorro" foi convidado para dar vida a "Limite
Vertical", ele congelou, "estou
perdido, como vou conseguir filmar essa loucura toda?".
Passada a primeira crise de pânico e a tentação de recusar o desafio, a solução encontrada por
Campbell foi levar todo o circo
hollywoodiano para casa, exatamente para o outro lado do mundo, na Nova Zelândia, onde ele
conseguiria reproduzir com autenticidade o cenário do K2, a segunda montanha mais alta do
planeta, localizada no Paquistão,
mas a primeira mais temida pelos
alpinistas profissionais devido à
sua inclinação. "Se você escorregar subindo o Everest, consegue
parar rapidamente; se você escorregar escalando o K2, esse será
muito provavelmente o seu fim",
disse à Folha o alpinista profissional Barry Blanchard, que supervisionou as filmagens.
Depois de escolhida a locação, o
diretor teve de encontrar um
elenco que estivesse disposto a
passar quase seis meses filmando
na Oceania. "Quase todos os atores e atrizes que convidávamos
para passar 140 dias escalando o
Monte Cook sob temperaturas
congelantes e condições nem tão
sofisticadamente hollywoodianas
disseram não", disse Campbell.
"Só aceitei porque queria muito
trabalhar com Campbell", disse
Chris O'Donnell. "Tenho pavor
de altura e nunca imaginei voluntariamente me meter nisso."
Já Robin Tunney ("Fim dos
Dias") e Scott Glenn ("As Virgens
Suicidas") parecem ter sido os
únicos do elenco que tiraram de
letra. "Não tenho medo nenhum
de altura e até pedi para fazer algumas das cenas perigosas, mas
os produtores não deixaram",
disse a mocinha e irmã de O'Donnell no filme. "Não pretendo parar de escalar nunca mais."
Depois de um mês de treinamento, iniciou-se uma rotina
cruel. Todos os dias, atores, diretor, produtores e equipe encaravam uma viagem de uma hora de
ônibus, mais 15 minutos em veículo especialmente desenhado
para andar sobre a neve fofa e,
muitas vezes, seguia-se a isso um
passeio de helicóptero a pontos
ainda mais inóspitos da montanha. "Quando cheguei lá em cima
pela primeira vez, estava literalmente tremendo de medo", disse
O'Donnell que passou grande
parte das filmagens a quase 5.000
metros de altura.
(ML)
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