São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2001

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Equipe precisou enfrentar temido K2 para filmar "Limite Vertical"

ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Quando o neozelandês Martin Campbell leu pela primeira vez o roteiro de "Limite Vertical", antes mesmo de ser convidado para dirigir o filme, pensou, "adoraria filmar isso". Mas, quando o diretor de "A Máscara de Zorro" foi convidado para dar vida a "Limite Vertical", ele congelou, "estou perdido, como vou conseguir filmar essa loucura toda?".
Passada a primeira crise de pânico e a tentação de recusar o desafio, a solução encontrada por Campbell foi levar todo o circo hollywoodiano para casa, exatamente para o outro lado do mundo, na Nova Zelândia, onde ele conseguiria reproduzir com autenticidade o cenário do K2, a segunda montanha mais alta do planeta, localizada no Paquistão, mas a primeira mais temida pelos alpinistas profissionais devido à sua inclinação. "Se você escorregar subindo o Everest, consegue parar rapidamente; se você escorregar escalando o K2, esse será muito provavelmente o seu fim", disse à Folha o alpinista profissional Barry Blanchard, que supervisionou as filmagens.
Depois de escolhida a locação, o diretor teve de encontrar um elenco que estivesse disposto a passar quase seis meses filmando na Oceania. "Quase todos os atores e atrizes que convidávamos para passar 140 dias escalando o Monte Cook sob temperaturas congelantes e condições nem tão sofisticadamente hollywoodianas disseram não", disse Campbell.
"Só aceitei porque queria muito trabalhar com Campbell", disse Chris O'Donnell. "Tenho pavor de altura e nunca imaginei voluntariamente me meter nisso."
Já Robin Tunney ("Fim dos Dias") e Scott Glenn ("As Virgens Suicidas") parecem ter sido os únicos do elenco que tiraram de letra. "Não tenho medo nenhum de altura e até pedi para fazer algumas das cenas perigosas, mas os produtores não deixaram", disse a mocinha e irmã de O'Donnell no filme. "Não pretendo parar de escalar nunca mais."
Depois de um mês de treinamento, iniciou-se uma rotina cruel. Todos os dias, atores, diretor, produtores e equipe encaravam uma viagem de uma hora de ônibus, mais 15 minutos em veículo especialmente desenhado para andar sobre a neve fofa e, muitas vezes, seguia-se a isso um passeio de helicóptero a pontos ainda mais inóspitos da montanha. "Quando cheguei lá em cima pela primeira vez, estava literalmente tremendo de medo", disse O'Donnell que passou grande parte das filmagens a quase 5.000 metros de altura. (ML)


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