São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice CDs Samba Cachaça dá Samba      ALFREDO DEL-PENHO & PEDRO PAULO MALTA Gravadora: Deckdisc; Quanto: R$ 30, em média No começo do século passado, o samba era como a cachaça: coisa de vagabundos, boêmios, largados na vida. Hoje, ambos já ganharam ares de coisa fina e são degustados por gringos, intelectuais, pobres e ricos. Este espertíssimo CD compila canções compostas desde os idos de 1913 a composições mais recentes, todas focadas nos prazeres etílicos e suas delícias e mazelas adjacentes. Noel Rosa, Candeia e Zeca Pagodinho são alguns dos compositores que publicamente louvaram a "marvada" e aparecem cantados aqui. POR QUE OUVIR: O resultado final é interessante pela pesquisa, divertido pelo tema e excelente pela qualidade da realização. Além dos dois cantores, temos Henrique Cazes, Beto Cazes e Luís Filipe de Lima, a mesma turma que já fez o também ótimo "Lamartiníadas", em 2005. Tudo tão gostoso quanto uma boa conversa de bar. Devidamente calibrada, como convém. (RONALDO EVANGELISTA) MPB No Fino da Bossa - Ao Vivo       ELIS REGINA Gravadora: Velas; Quanto: R$ 25, em média Entre maio de 1965 e junho de 1967, Elis Regina apresentava toda semana na TV Record o programa "O Fino da Bossa". Acompanhada do Zimbo Trio, ao lado de Jair Rodrigues, foram dois anos de descobertas de compositores e composições e interpretações não raro brilhantes de clássicos e novidades. Com as imagens todas perdidas em trágicos incêndios nos estúdios da rede de TV, muitas gravações em áudio foram salvas pelo então jovem produtor Zuza Homem de Mello. Em 1994, essas gravações foram recuperadas em três valiosos CDs, que andavam há muito tempo fora de catálogo e agora voltam às lojas. Entre as participações, surgem Elza Soares, Baden Powell, Ataulfo Alves, Gilberto Gil etc. POR QUE OUVIR: Apesar da falta de capricho no trabalho gráfico e da qualidade regular do som, os CDs são incríveis como registro histórico e recuperação de interpretações excelentes captadas no calor do momento. (RE) DVDs Pop The Confessions Tour      MADONNA Gravadora: Warner; Quanto: R$ 45, em média Em show de artista mega, tudo tem de ser superlativo: palco gigante, telão de "última geração", iluminação de deixar tonto, vale até cantar juntinho da Katilce... A diferença de Madonna para gente de seu porte, como Stones ou U2, é que o último disco da loira é realmente bom, e o show londrino exibido neste DVD mostra isso: o repertório é tomado por canções novas como "Jump", "Sorry" e "Get Together". É um show atual, moderno, e não de "greatest hits" -e com produção requintada, claro. POR QUE VER: Madonna rebola, faz piruetas, é crucificada, nem parece que está beirando os 50 anos. Depois de "Hung Up" e versões matadoras de "Like a Virgin" e "Music", até perdoamos o discurso piegas, banal e Madonna "tocando" guitarra. (THIAGO NEY) ROCK Live at Montreux 1980/1974     VAN MORRISON Gravadora: ST2; Quanto: R$ 50, em média O clichê da contracapa ("este DVD registra Van Morrison em sua melhor forma") é mentira, pois isso só aconteceu uma vez na biografia do irlandês, no clássico "Astral Weeks" (68). A partir dali, o ex-Them seguiu uma carreira entre o brilhante e o desapontador. Mas a voz de Morrison é um instrumento -e mesmo que seus músicos estejam mal (como neste disco de 74, em plena crise pós-casamento), ela ainda soa intacta. É claro que é melhor ouvi-la plena (como no show de 80), e é esta voz, limpa, suave e forte, que garante que o primeiro DVD do velho Van seja bem acima da média. POR QUE ASSISTIR: O disco de 1980 (que é o que vale a pena no DVD duplo) traz Morrison mais à vontade e inspirado. O de 74 o apresenta por vezes inseguro e discreto. (ALEXANDRE MATIAS) Texto Anterior: Crítica/"Neuropolis": Livio Tragtenberg cria disco "nervoso" com músicos de rua Próximo Texto: Última Moda - Alcino Leite Neto: Gelo nas ruas e na passarela Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.