São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2009

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Crítica

Nicholas Ray faz poesia da exclusão

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É possível pensar num triângulo amoroso como tantos outros: o ex-campeão de rodeio Robert Mitchum, todo estropiado, torna-se técnico do promissor e arrogante Arthur Kennedy, casado com Susan Hayward. É claro que entre Mitchum e Hayward algo vai rolar.
Mas "Paixão de Bravo" (TCM, 15h45; não indicado para menores de 12 anos) tem muitos outros elementos que o distinguem e que fazem dele um dos maiores faroestes (faroeste moderno, setor rodeios) do cinema. Em primeiro lugar, como sempre em Nicholas Ray, existe um descompasso evidente entre o herói e o mundo. Ele é um solitário, certo, mas, mais do que isso, o que se percebe é um descompasso evidente entre ele e o mundo.
Kennedy faz o contraponto, na pessoa do cowboy disposto a tudo para se tornar vencedor, para ter um papel no mundo, neste mundo que Mitchum mal parece suportar. A poesia da exclusão é sempre mais forte em Ray.


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