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Crítica
"Rei da Escócia" tem direção desastrosa
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O Oscar pode ser uma cerimônia bocejante, como a deste
ano, em que os irmãos Coen receberam suas estatuetas quase
com tédio, tal a distância que
separava seu filme dos demais
concorrentes.
Mas também pode ser espantosa. Por que Forest Whitaker
ganhou o prêmio de melhor
ator de 2006 por "O Último
Rei da Escócia"? A questão é
irrelevante, exceto pelo fato de
esse filme passar hoje no canal
Telecine Pipoca, às 20h.
Seria possível listar umas dez
interpretações mais interessantes dele, a começar por
"Bird", em 1988.
Mas o que emplacou foi este
filme dirigido desastradamente por Kevin Macdonald sobre
a relação entre o jovem médico
Nicholas Garrigan e o tirano
ugandense Idi Amin Dada.
Problema principal do filme:
o essencial da trama não é Idi
Amin, mas o caráter do médico,
que transita entre o aventureiro colonial, o jovem sedutor, o
curandeiro científico, o deslumbrado e o homem submisso
às benesses do poder.
É Garrigan o personagem interessante da história. Idi
Amin não passa, em linhas gerais, daquilo que foi desde o início: um ditador africano. Mas o
ator principal é Forest. Então o
filme hesita entre a lógica da
trama e a da produção, evoluindo para o nada de que o retirou
esse Oscar de melhor ator.
Opções muito mais decentes
para hoje: "Showgirls" (TC
Action, 19h35), de Paul Verhoeven, e "Colateral" (Universal, 21h), de Michael Mann.
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