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Universo dos insetos seduz humanos
THALES DE MENEZES
da Reportagem Local
No filme "Vida de Solteiro" (93),
que contava uma história de namoricos tendo como pano de fundo a cena grunge de Seattle, há
uma cena em que Matt Dillon tenta conversar com seus colegas de
banda, interpretados pelos músicos do Pearl Jam.
O assunto é importante, mas o
personagem de Dillon não consegue fazer os roqueiros desviarem o
olhar da TV, que exibe um documentário sobre o acasalamento
das aranhas. Os músicos parecem
crianças hipnotizadas.
Levante a mão quem gostava de
ver "Mundo Animal" no sábado
de manhã! Pois é, todo mundo levantou, não?
Essa fascinação das pessoas explica o sucesso de "Microcosmos",
documentário francês sobre o
mundo dos insetos e outras pequenas criaturas.
Com câmeras de controle remoto e lentes que ampliam o tamanho das coisas em até mil vezes, os
diretores fazem o espectador
imergir em outra dimensão. A
sensação é de embevecimento.
Como é que algum dos referenciais humanos pode sobreviver
num universo em que gotas de
chuvas caem na terra com a força
de mísseis explosivos ou um galho
caído parece uma montanha intransponível?
Exibido no Festival de Cannes de
96, grande vencedor de cinco prêmios Cesar 97 (o Oscar francês),
"Microcosmos" ganhou notoriedade no Brasil quando teve várias
de suas hipnóticas sequências exibidas na TV pelo "Fantástico", em
capítulos. No entanto, é como
obra completa que transmite sua
grande força. Apesar de seus minúsculos atores, é recomendável
uma TV de tela grande.
Com sua narrativa épica, o filme
consegue deixar o espectador pequeno diante da complexidade
contida em qualquer jardim.
Em tempo: é difícil não ficar impressionado com a cena em que a
gota de chuva acerta a folha e arremessa longe a coitada da joaninha.
Filme: Microcosmos - Fantástica Aventura
da Natureza
Produção: França, 1996, 75min
Direção: Claude Nuridsany e Marie
Pérennou
Lançamento: Mundial
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