São Paulo, sábado, 09 de abril de 2005

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EXPOSIÇÃO

Anderson Schneider reúne 53 imagens do conflito feitas em 2004 em mostra no centro de SP

Brasileiro fotografa vida civil no Iraque

TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os EUA perdiam o 500º soldado no Iraque em 17 de janeiro do ano passado. Na mesma época, o fotojornalista Anderson Schneider, 30, desembarcava no meio do conflito. Mas não era essa história que ele buscava. A intenção do paranaense que vive em Brasília era retratar os civis.
A mostra "Cicatrizes, o Iraque do Pós-Guerra", em cartaz na galeria Olido, no centro de SP, reúne 53 imagens nos dois meses em que ele percorreu o país.
"Há uma lacuna no modo como os grandes órgãos de imprensa fazem a cobertura de conflitos dessa dimensão", opina. "O noticiário fica preso e limitado à parte mais factual e imediata do evento. É um infinito relatório de vítimas e feridos."
A viagem do fotógrafo para o Iraque foi desestimulada pelo Itamaraty e não teve vínculo com a grande imprensa. "Fui completamente independente, na cara e na coragem mesmo."
Para entrar no país, ele viajou 800 km de táxi, de Amã, na Jordânia, até Bagdá. No meio do caminho, um comboio americano, que seguia um pouco à frente, foi atacado. "Os soldados achavam que sabíamos de algo, porque chegamos muito rápido ao local", lembra. Durante sua estada, Schneider foi detido cinco vezes por diferentes grupos.
De acordo com o fotógrafo, o fato de ser brasileiro ajudou, mas ele preferiu não levar nenhum tipo de "presente" e conquistar aliados pela conversa. "Sempre me identificava como repórter independente com interesse na população civil. Quando falava que era brasileiro, eu virava notícia. O povo iraquiano é gentil, tem muita curiosidade sobre o Brasil."
"O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de gente desabrigada. Vi gente morando até em banheiro", diz, fazendo o retrato da realidade no país.


Cicatrizes, o Iraque do Pós-Guerra
Quando:
ter. a sáb., das 12h às 21h30, dom., das 12h às 19h30; até 12/6
Onde: galeria Olido (av. São João, 473, tel. 0/xx/11/3334-0001, r. 1951)
Quanto: entrada franca


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