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"Modelo garante a continuidade de projetos artísticos", afirma Sayad
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando assumiu o cargo, no
começo de 2007, o secretário
estadual da Cultura, João Sayad, disse já ter encontrado implantado o modelo de OS (Organização Social), iniciado na
gestão de Cláudia Costin.
"Chegamos com a tarefa de
acabar com o quadro de credenciados, um tipo de contratação não prevista em lei, e de
fazer com que as OS fossem de
fato organizações republicanas, com administração profissional, contratação por processos seletivos abertos e sob o regime de CLT. Essa tarefa está
finalizada e acho que, modéstia
à parte, foi bem executada",
afirma.
Leia a seguir trechos da entrevista em que defendeu o formato.
(FV)
FOLHA - Por que o Estado transferiu todos os equipamentos culturais
para as OS?
JOÃO SAYAD - Para tornar a administração flexível, dar continuidade. Assim como um juiz é
contratado com estabilidade
para não ser pressionado pelo
poder Executivo, as OS garantem a continuidade de seus
projetos artísticos.
FOLHA - Se as políticas públicas são
definidas pelo governo, como garantir autonomia às gestoras?
SAYAD - Vamos pensar na
Osesp. A política pública diz:
queremos ter uma orquestra
sinfônica pública, que se apresente frequentemente para o
público de São Paulo e do Brasil. Agora, quem escolhe o
maestro e o repertório não é o
secretário da Cultura, mas o
maestro, a direção artística, em
acordo com o conselho.
FOLHA - É que, no caso da Osesp,
houve, no meio musical, críticas
quanto à interferência política.
SAYAD - Pois é, que houve, houve. Mas que é falso, é falso. A
contratação do maestro [Yan
Pascal Tortelier] foi decisão do
conselho e a demissão, aliás, o
pedido de demissão [do regente
anterior, John Neschling] foi
do maestro e a aceitação do pedido de demissão foi do conselho. Não temos nada a ver com
isso.
FOLHA - Já que não há licitação, como a secretaria define qual OS vai
gerir um projeto ou equipamento?
SAYAD - Primeiro incentivamos a montagem de um cadastro de OS. Não apareceram
muitas. Sempre escolhemos
depois de um anúncio público.
É uma preocupação que tenho,
entender por que não há uma
oferta significativa. Tenho falado com muitas pessoas para
montarem OS, pois interessa a
elas e ao Estado.
FOLHA - Como o sr. responde às críticas de privatização cultural e de
que o modelo é inconstitucional?
SAYAD - Falar em privatização
é um equívoco. A execução é
feita com a flexibilidade do setor civil, não do privado, mas o
que é oferecido à sociedade é
um bem público. Sobre a inconstitucionalidade, quem tem
de falar é o STF, e a questão está
lá. Se for definido como inconstitucional, criará depois um
imenso problema para a saúde.
Entre em qualquer museu paulista e depois vá ao Museu Nacional de Belas Artes e veja a diferença. Vá ouvir a Orquestra
Sinfônica Municipal e depois a
Osesp. Quem oferece música
como um bem público? Quem
toca mais? Onde há melhores
músicos?
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