CRISTIANA COUTO
especial para a Folha

Numa espécie de Oscar culinário, a noite de abertura do Boa Mesa 98, no dia 6 de maio, coloca seus holofotes sobre os vencedores do Prêmio Boa Mesa/Varig de Gastronomia. A primeira edição do prêmio do Boa Mesa, o maior evento gastronômico do país que acontece até o dia 10 de maio em São Paulo, irá selecionar os vencedores, entre cinco finalistas de todo o país, em três categorias: restaurante do ano, jovem chef do ano e serviço de vinhos do ano.
"A idéia é dar um estímulo ao esforço pelo desenvolvimento da nossa gastronomia", ressalta Josimar Melo, organizador do evento e crítico gastronômico da Folha. "Aquele que mais contribuiu para a gastronomia brasileira pode ser um chef famoso ou um restaurante pequeno, de muito longe."
A cidade de São Paulo conta com mais de 50% dos finalistas: oito ao todo, com destaque para a categoria de chefs, em que comparece com quatro dos cinco representantes. Seguem-na o Rio de Janeiro, com três candidatos, Belo Horizonte (dois), Curitiba (um) e Belém do Pará (um). "Para a primeira versão, houve uma diversidade nacional; além de São Paulo e de representantes da cozinha francesa e italiana, contamos com uma forte participação do Rio e até um representante da culinária nativa, do Norte", avalia Melo.
"É o primeiro incentivo no país à nossa carreira, que agora é mais reconhecida como profissão", avalia Carlos Siffert, 33, chef do restaurante paulistano Tambor, indicado a jovem chef do ano.
Nelsa Trombino, chef-proprietária do Xapuri, de Belo Horizonte, chegou a chorar ao receber a indicação por seu restaurante, de comida típica mineira. "Já pensei até em desistir, por causa das dificuldades em fazer um trabalho artesanal, e a indicação foi como uma injeção de ânimo", diz.
Os finalistas foram escolhidos entre cerca de 600 indicações de leitores da revista "Gula" e de participantes das três edições anteriores do Boa Mesa. Foram levados em conta informações como cardápio, cartas de vinho, histórico dos restaurantes e currículo dos chefs. Na segunda etapa, o juri visitará cada estabelecimento.
A entrega do prêmio terá caráter simbólico, mas o chef vencedor será convidado a assinar o cardápio da primeira classe dos vôos nacionais da companhia por um ano.



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