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CINEMA
Personagens digitais dão show em sequência que resgata ação e humor do início da série dirigida por George Lucas
"Star 2" é melhor que primeiro e pior que outros
Divulgação
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Cenas do segundo episódio de "Star Wars", dirigido por George Lucas |
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A pergunta que não quer
calar: afinal, "Star Wars
- Episódio 2: Ataque dos Clones"
é melhor do que o primeiro ou
não? Resposta: sim, melhor do
que a primeira continuação, pior
do que os três filmes originais.
A Folha teve acesso anteontem
à première mundial da nova obra
de George Lucas, um dos títulos
mais esperados do ano, que estréia no dia 16 de maio nos Estados Unidos e em 5 de julho no
Brasil. Junto de "Homem-Aranha", é o candidato natural a arrasa-quarteirão da temporada.
O diretor conseguiu resgatar
parte do humor e muito da ação
que fizeram a fama da primeira
trilogia, nos anos 70 e 80, além de
injetar mais romance, como se a
"prequela" de 1999, "A Ameaça
Fantasma", tivesse servido apenas
para esquentar os motores.
O filme se passa dez anos depois
de "Ameaça". Anakin Skywalker
(Hayden Christensen) cresceu e já
é quase um jedi, sob a supervisão
de Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), que passou de estudante a professor. Os dois são designados para proteger a vida de
Padmé Amidala (Natalie Portman), que está sendo ameaçada
por atentados de separatistas.
No meio do caminho, Anakin se
apaixona por Padmé, volta para
seu planeta natal para tentar salvar a mãe (Pernilla August) e começa a revelar traços de seu caráter complexo -não se esqueça de
que o herói se transformará um
dia no vilão Darth Vader.
A preguiça em acompanhar
tantos nomes, planetas, universos
é quase irresistível, se você tem
mais de 30 anos. Mas é inegável a
emoção e a segurança (principalmente se você tem mais de 30
anos) em ver pela quinta vez a
mesma abertura, com a mesma
música, tipo de letra escrito "Star
Wars" e texto deitado explicativo,
que sempre começa com "Há
muito tempo, numa galáxia muito, muito distante...".
O problema principal são dois.
O primeiro é que Lucas é um péssimo diretor de atores. Por mais
que seu elenco seja competente
(principalmente Samuel L. Jackson, que faz um esforço sobre-humano para parecer humano num
grupo de caricaturas), todos recitam os diálogos como se numa
peça de final de ano da escola.
Eis o segundo problema: Lucas
é péssimo escritor de diálogos
também. Isso só piorou com os
anos, conforme a série foi ganhando importância histórica e o
diretor foi ficando mais solene e
auto-reverente em relação à obra.
Não é à toa que a graça deste
episódio reside justamente nos
personagens digitais. São os mais
bem resolvidos e que dão a melhor interpretação, por paradoxal
que seja. É assim com o amigo de
Kenobi que trabalha num bar,
com os ETs do planeta Camino,
com o odiável Jar-Jar Binks, que
reaparece, e com o adorável Yoda,
o miniguru dos jedis.
A criatura verde, aliás, dá um
show no final, na luta de sabre de
luz com o conde Dooku (insira
sua própria piada aqui), interpretado pelo drácula Christopher
Lee. E é isso, a ação, a boa e velha
ação, que vai manter por muitos
meses as filas de "Ataque dos Clones" nos cinemas do mundo.
Star Wars: Episódio 2 - Ataque
dos Clones
Star Wars: Episode 2 - Attack of the
Clones
Produção: EUA, 2002
Direção: George Lucas
Com: Ewan McGregor, Natalie Portman,
Hayden Christensen, Samuel L. Jackson
Quando: estréia 16 de maio (nos EUA); 5
de julho (no Brasil)
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