São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2005

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COMIDA

Obá tem sincretismo à mesa

JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

O sincretismo gastronômico, simbolizado pelo próprio nome do restaurante (homenagem a um orixá feminino do candomblé que cozinha), é a marca do Obá. O ambiente festivo, as cores, os espaços interligados reforçam a idéia da comunhão de culturas. Uma comunhão barulhenta, diga-se de passagem: o nível de ruído é o grande incômodo do ambiente, que de resto é alegre e agradável.
O bar no andar de cima, um lounge com poltronas e terraço para a rua, é onde se pode ter melhor sossego. A comida, porém, é servida embaixo, e é preciso experimentá-la. Estão lado a lado pratos tailandeses, brasileiros, mexicanos e italianos -cozinhas que, cada uma a seu modo, oferecem uma comida básica e calorosa.
A comunhão começa pela sociedade que gerou o Obá -são seis sócios, todos palpitando na condução da casa. A gestão fica a cargo do mexicano Hugo Delgado, de 36 anos, um ex-executivo que agora se dedica integralmente ao Obá. Vem de sua inspiração o lado mexicano do cardápio, com pratos simples, mas de uma sofisticação no preparo, que fica a anos-luz da pobreza "tex-mex" que assola a cidade.
A cozinha é responsabilidade da sócia Aninha Gonzalez, 32, banqueteira paulista que já trabalhou nas casas Fasano e com Daniel Boulud e Wolfgang Puck nos EUA. Com ela trabalha o chef Luiz Severino da Silva (ex-Charlô e Casa Bistrô). Os demais sócios são Carlos Tavares (responsável pela arquitetura), Gabriela Onofre, Diego Lopez e Patrícia Pellegrini.
Ao lado das iguarias mexicanas, entram outras preferências dos proprietários (Tailândia e Itália) e a necessária (ainda que rara) referência brasileira. Um eclético começo da refeição é o misto de petiscos: os pasteizinhos chizze (parmesão, tomate e ervas) e garri pup (de curry de frango) e o bolinho de barreado (feito com o prato paranaense de carne cozida em panela vedada). Todos acompanhados de molhos de pimenta à tailandesa e à brasileira.
Os tacos -leves discos de milho- podem ser recheados com lombo de porco cozido lentamente, guacamole, cubinhos de bacon e uma mistura de salsinha, cebola, tomate e chile -todos ótimos. A refeição pode continuar na volta ao mundo com o gueng garri gai (curry de frango com arroz jasmim, ao qual falta intensidade), o pad thai (macarrão de arroz frito na wok com camarão, frango ou vegetais), a moqueca de camarão com banana, arroz e farofa, o frango assado à toscana (com ervas, batata, berinjela e vagens)... E, para acabar, um kao niau, arroz doce da Tailândia, negro, ao leite de coco e manga -pena o gosto não se entranhar nos grãos.


OBÁ
Cotação: $$
Avaliação:  
Endereço: r. Melo Alves, 205, Jardins, tel. 0/xx/11/ 3086-4774
Funcionamento: seg., das 20h à 1h; de ter. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h; sáb., das 13h às 16h30 e das 20h à 1h; dom., das 13h às 16h30
Ambiente: alegre e barulhento (salvo o gostoso bar no andar de cima
Serviço: ajustando-se
Serviço de vinhos: carta limitada e desequilibrada geograficamente
Estacionamento: R$ 8
Cartões: não aceita
Preços: entradas, de R$ 6 a R$ 23; pratos, de R$ 26 a R$ 34,90; sobremesas, de R$ 7,60 a R$ 11,90


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