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COMIDA
Obá tem sincretismo à mesa
JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA
O sincretismo gastronômico, simbolizado pelo próprio nome do restaurante (homenagem a um orixá feminino do
candomblé que cozinha), é a marca do Obá. O ambiente festivo, as
cores, os espaços interligados reforçam a idéia da comunhão de
culturas. Uma comunhão barulhenta, diga-se de passagem: o nível de ruído é o grande incômodo
do ambiente, que de resto é alegre
e agradável.
O bar no andar de cima, um
lounge com poltronas e terraço
para a rua, é onde se pode ter melhor sossego. A comida, porém, é
servida embaixo, e é preciso experimentá-la. Estão lado a lado pratos tailandeses, brasileiros, mexicanos e italianos -cozinhas que,
cada uma a seu modo, oferecem
uma comida básica e calorosa.
A comunhão começa pela sociedade que gerou o Obá -são
seis sócios, todos palpitando na
condução da casa. A gestão fica a
cargo do mexicano Hugo Delgado, de 36 anos, um ex-executivo
que agora se dedica integralmente
ao Obá. Vem de sua inspiração o
lado mexicano do cardápio, com
pratos simples, mas de uma sofisticação no preparo, que fica a
anos-luz da pobreza "tex-mex"
que assola a cidade.
A cozinha é responsabilidade da
sócia Aninha Gonzalez, 32, banqueteira paulista que já trabalhou
nas casas Fasano e com Daniel
Boulud e Wolfgang Puck nos
EUA. Com ela trabalha o chef Luiz
Severino da Silva (ex-Charlô e Casa Bistrô). Os demais sócios são
Carlos Tavares (responsável pela
arquitetura), Gabriela Onofre,
Diego Lopez e Patrícia Pellegrini.
Ao lado das iguarias mexicanas,
entram outras preferências dos
proprietários (Tailândia e Itália) e
a necessária (ainda que rara) referência brasileira. Um eclético começo da refeição é o misto de petiscos: os pasteizinhos chizze
(parmesão, tomate e ervas) e garri
pup (de curry de frango) e o bolinho de barreado (feito com o prato paranaense de carne cozida em
panela vedada). Todos acompanhados de molhos de pimenta à
tailandesa e à brasileira.
Os tacos -leves discos de milho- podem ser recheados com
lombo de porco cozido lentamente, guacamole, cubinhos de bacon
e uma mistura de salsinha, cebola,
tomate e chile -todos ótimos. A
refeição pode continuar na volta
ao mundo com o gueng garri gai
(curry de frango com arroz jasmim, ao qual falta intensidade), o
pad thai (macarrão de arroz frito
na wok com camarão, frango ou
vegetais), a moqueca de camarão
com banana, arroz e farofa, o
frango assado à toscana (com ervas, batata, berinjela e vagens)... E,
para acabar, um kao niau, arroz
doce da Tailândia, negro, ao leite
de coco e manga -pena o gosto
não se entranhar nos grãos.
OBÁ
Cotação: $$
Avaliação:
Endereço: r. Melo Alves, 205, Jardins,
tel. 0/xx/11/ 3086-4774
Funcionamento: seg., das 20h à 1h; de
ter. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h;
sáb., das 13h às 16h30 e das 20h à 1h;
dom., das 13h às 16h30
Ambiente: alegre e barulhento (salvo o
gostoso bar no andar de cima
Serviço: ajustando-se
Serviço de vinhos: carta limitada e desequilibrada geograficamente
Estacionamento: R$ 8
Cartões: não aceita
Preços: entradas, de R$ 6 a R$ 23; pratos, de R$ 26 a R$ 34,90; sobremesas, de
R$ 7,60 a R$ 11,90
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