DA SUCURSAL DO RIO

Desde outubro de 2004 que João Gilberto não faz shows -ou melhor, concertos. Foram, então, quatro apresentações no International Forum de Tóquio. É no mesmo teatro, com capacidade para 5.000 pessoas, que ele tocará em novembro, com uma novidade: os concertos renderão o primeiro DVD de João.
Como será a gravação? O DVD será lançado logo no Brasil? Também sairá um CD? Há alguma apresentação prevista no Brasil, onde ele não canta desde 2003? Estas e outras perguntas não foram respondidas por Carmela Forsin, empresária do artista. Nem por telefone, nem por email.
O silêncio tem algo de coerente, já que João mantém notória distância da imprensa. E não só dela. Passa a maior parte do tempo fechado no apartamento do Leblon onde vive há oito anos. Não costuma abrir as janelas ou andar no bairro, e prefere encomendar as refeições em restaurantes próximos do que ir até eles.
Um artista que mora na mesma rua só o viu uma vez, com uma capa de chuva sobre a cabeça. Só que não chovia. Essas histórias formam um folclore que, logicamente, é muito inferior à sua importância para a música internacional.
Seus três primeiros discos viraram assunto judicial. Em 1993, foram reunidos pela EMI na caixa "O Mito", mas com a ordem das faixas alterada. João moveu um processo contra a gravadora, conseguiu que a caixa saísse de circulação, e o caso está hoje no STJ.
João, se valer a vontade de Edinha Diniz, revisará as transcrições em partitura. O projeto promete ser longo, portanto.


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