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Em peça profana, diabo quer abrir igreja no Carnaval
Comédia dirigida por Fernando Guerreiro, co-fundador da
Cia. Baiana de Patifaria, estréia hoje no teatro Fecomercio
"Vixe Maria! Deus e o Diabo
na Bahia!" tem atuações
exageradas, pausas para
rir e músicas cantadas
pelo elenco de 16 atores
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As peças de Fernando Guerreiro costumam ficar anos em
cartaz na Bahia, contrariando
imposições das salas de teatro,
de temporadas cada vez mais
curtas. Motivo: o diretor costuma fazer lotar cada uma das
sessões com comédias populares. Por São Paulo, já passou
com a peça "A Bofetada", da
Companhia Baiana de Patifaria, que ele ajudou a fundar.
Agora chega com "Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!",
exercício de piadas profanas
visto por 125 mil pessoas em
Salvador. A peça estréia hoje no
teatro Fecomercio.
Quem viu "A Bofetada" pode
esperar um perfil semelhante
de comédia. As interpretações
são exageradas, com pausas
bem marcadas para o público
rir à vontade. Formato tradicional para um texto profano,
quase herege: em "Vixe Maria!", o Diabo (Frank Menezes)
vai do Inferno à Bahia para fundar sua própria igreja, durante
o Carnaval. Deus (Jackson Costa) anda empolgado com os festejos, mas arruma tempo para
segurar a onda do belzebu.
Pela disposição do cenário, a
Bahia fica bem entre o Céu e o
Inferno, o que sublinha o caráter alegórico da peça. Uma espécie de referência clara aos
autos de Gil Vicente, só que
com julgamento mais à moda
baiana do que portuguesa. Tudo acaba em festa.
O perfil pagão ganha vigor
nas músicas cantadas pelo
elenco de 16 atores, em ritmo
de reggae, rock, funk etc.
VIXE MARIA! DEUS E O DIABO NA BAHIA!
Quando: estréia hoje; sex. e sáb., às
21h30; dom., às 19h
Onde: teatro Fecomercio (r. Dr. Plínio
Barreto, 285, SP, tel. 0/xx/11/ 3188-4141)
Quanto: R$ 40 (sex.) e R$ 50 (sáb. e
dom.)
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