São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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Em peça profana, diabo quer abrir igreja no Carnaval

Comédia dirigida por Fernando Guerreiro, co-fundador da Cia. Baiana de Patifaria, estréia hoje no teatro Fecomercio

"Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!" tem atuações exageradas, pausas para rir e músicas cantadas pelo elenco de 16 atores


GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As peças de Fernando Guerreiro costumam ficar anos em cartaz na Bahia, contrariando imposições das salas de teatro, de temporadas cada vez mais curtas. Motivo: o diretor costuma fazer lotar cada uma das sessões com comédias populares. Por São Paulo, já passou com a peça "A Bofetada", da Companhia Baiana de Patifaria, que ele ajudou a fundar.
Agora chega com "Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!", exercício de piadas profanas visto por 125 mil pessoas em Salvador. A peça estréia hoje no teatro Fecomercio.
Quem viu "A Bofetada" pode esperar um perfil semelhante de comédia. As interpretações são exageradas, com pausas bem marcadas para o público rir à vontade. Formato tradicional para um texto profano, quase herege: em "Vixe Maria!", o Diabo (Frank Menezes) vai do Inferno à Bahia para fundar sua própria igreja, durante o Carnaval. Deus (Jackson Costa) anda empolgado com os festejos, mas arruma tempo para segurar a onda do belzebu.
Pela disposição do cenário, a Bahia fica bem entre o Céu e o Inferno, o que sublinha o caráter alegórico da peça. Uma espécie de referência clara aos autos de Gil Vicente, só que com julgamento mais à moda baiana do que portuguesa. Tudo acaba em festa. O perfil pagão ganha vigor nas músicas cantadas pelo elenco de 16 atores, em ritmo de reggae, rock, funk etc.


VIXE MARIA! DEUS E O DIABO NA BAHIA!
Quando:
estréia hoje; sex. e sáb., às 21h30; dom., às 19h
Onde: teatro Fecomercio (r. Dr. Plínio Barreto, 285, SP, tel. 0/xx/11/ 3188-4141)
Quanto: R$ 40 (sex.) e R$ 50 (sáb. e dom.)


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