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DVD/LANÇAMENTO
Dirigido por Joshua Logan, drama de 1957 com poucas pretensões carrega estilo do ator americano
"Sayonara" se aproveita da precisão de Brando
NAIEF HADDAD
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
A julgar pelo bom senso
marqueteiro dos donos de
locadora, na próxima vez em que
você for a uma delas deve se deparar com o recém-lançado DVD de
"Sayonara", filme de 1957 dirigido por Joshua Logan. Na capa,
Marlon Brando -morto na semana passada- aparece abraçado a Miiko Taka, protegido por
seu uniforme da Aeronáutica
norte-americana.
Primeiro aviso: "Sayonara" é
um filme razoável, mas não procure aqui o sexo e a fúria de produções protagonizadas por Brando no início de carreira -"O Selvagem", "Uma Rua Chamada Pecado", "Sindicato de Ladrões".
Nem busque contemplar as dores
fundas da incerteza e da solidão
da fase pós-anos 70 -"O Poderoso Chefão", "O Último Tango em
Paris" e, acima de todos, "Apocalypse Now".
Segundo aviso: apesar do drama de poucas pretensões, quase
acadêmico, a interpretação de
Brando é sempre precisa, invariavelmente um degrau acima daquilo que o roteiro oferece.
Ele compõe de início um sujeito
conservador, obediente aos princípios das Forças Armadas ianques. Durante a Guerra da Coréia,
é incumbido de uma missão no
Japão, em um período ainda marcado por relações estremecidas
desse país com os EUA. Os militares eram proibidos de se envolver
com a comunidade local, o que
resulta no nó -o condecorado
major cede ao sorriso maroto de
uma dançarina (Taka). E de uma
persona a outra, não há solavancos, truques rasteiros -a transição se esboça no canto da boca,
no movimento das sobrancelhas,
nos gestos miúdos.
Pena que os extras não vão além
de um trailer simpático. Nada de
entrevistas. Quando mais precisamos ouvir Marlon Brando, o silêncio se faz.
Sayonara
Direção: Joshua Logan
Produção: EUA, 1957
Com: Marlon Brando, Patricia Owens,
James Garner e Miiko Taka
Lançamento: Fox
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