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CINEMA "RUGRATS"
Bebês da TV viram astros da tela grande
especial para a Folha, em Los Angeles
O mundo da animação não é
mais o mesmo. Depois de décadas de soberania Disney, "Rugrats", desenho do estúdio
Klasky Csupo criado em 82 e
transmitido pela Nickelodeon
desde 1991, parece ter revolucionado o território de Mickey Mouse, transformando seus pequenos
personagens nos bebês mais famosos do planeta.
Nos EUA, os Rugrats -no Brasil chamados Os Anjinhos- são
os líderes de audiência da televisão infantil, com 23 milhões de
telespectadores assistindo ao
programa a cada semana.
Até o começo desta década,
quem imaginaria que os pequeninos Tommy, Angélica, Phil, Lil e
Chuckie fossem ganhar mais popularidade entre as crianças americanas do que Mickey?
Por causa dela, os bebês viraram artistas de cinema. O lançamento de "Rugrats - O Filme - Os
Anjinhos", que chega hoje ao
Brasil, só serviu para confirmar o
carisma dos personagens.
O longa-metragem de 80 minutos de duração transformou-se,
no fim-de-semana de estréia, no
número um em bilheteria, com a
arrecadação de US$ 27 milhões.
Venceu seu mais forte concorrente, "Inimigo do Estado", protagonizado por Will Smith.
Foi o primeiro desenho não
produzido pela Disney a ultrapassar os US$ 100 milhões -somente "O Príncipe do Egito" alcançaria tal feito.
Ao dar maior atenção ao argumento, os criadores do filme buscam atrair não somente o público
infantil como também os pais dos
fãs dos Rugrats e até adultos que
nunca assistiram ao programa.
"Sabíamos como era chato para
os pais assistirem a desenhos animados feitos só para crianças",
disse à Folha Arlene Klasky, produtora e criadora de "Rugrats".
No longa-metragem, a turma
dos Rugrats aumenta com a chegada de Dylan, irmãozinho do
personagem principal, o corajoso
Tommy. Arlene Klasky disse que
se inspirou em seu próprio filho
para criar o novo personagem.
"Passei vários meses em casa
cuidando de meu filho recém-nascido e observando seus movimentos e reações. Foi quando
surgiu a idéia de fazer um filme
cuja história partiria do ponto de
vista de um bebê. Pensei em como seria se os bebês pudessem falar e dizer o que sentem."
Se para criar Dil Arlene baseou-se em seu próprio filho, o mesmo
não ocorreu com Christine Cavanaugh, que faz a voz do medroso
Chuckie. "No meu caso, Arlene
foi quem me inspirou. Durante os
testes, me foram dados alguns desenhos dos personagens e a partir
dali criei a voz de Chuckie meio
fanhosa, como se ele sofresse de
sinusite", recordou a atriz, que
também fez a voz do porquinho
Babe.
Christine afirmou que sua voz é
reconhecida pelas crianças nas
ruas. "Uma vez estava numa loja
de brinquedos quando um garotinho passou dizendo: "Eu sei
muito bem quem você é", e seguiu
caminho sorrindo", lembrou.
A originalidade tanto do seriado quanto do filme se observa
nos traços dos personagens, que
diferem dos estereótipos das produções Disney, estando mais próximos dos Simpsons, outro sucesso da Klasky Csupo.
A trilha sonora do filme -também um sucesso, vendendo US$ 1
milhão de cópias nos EUA- foge
do estilo musical Broadway da
Disney, trazendo músicas contemporâneas interpretadas por
Laurie Anderson, Lisa Loeb, Devo, entre outros (leia abaixo).
Para o sócio de Arlene, Garbor
Csupo, outros estúdios vêm fracassando na animação por tentarem se aproximar da Disney.
"Vários estúdios vêm tentando
fazer animação por muito tempo,
mas fracassam por tentarem imitar a Disney. Originalidade é fundamental para se impor nesse
mercado. Acho que aí se explica o
sucesso e a popularidade conseguidos por nossos personagens.
Não estamos querendo derrubar
a Disney com esse filme, buscamos trazer algo novo para crianças e adultos", completou.
(CLAUDIO CASTILHO)
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