São Paulo, Sexta-feira, 09 de Julho de 1999
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Não imitamos a Disney, diz presidente da Nick

MARIANE MORISAWA
da Redação

Em seu terceiro filme, a Nick Movies alcançou a marca dos US$ 100,4 milhões -inédita até então para um desenho não produzido pela Disney ("Rugrats" ganhou, um pouco depois, a companhia de "O Príncipe do Egito", da DreamWorks, com US$ 101,2 milhões). Não é à toa que o jovem estúdio já está produzindo a sequência de "Rugrats - O Filme - Os Anjinhos", que deve ser lançada no ano que vem.
"Acho que o sucesso de "Rugrats" se deve ao fato de que todos se identificam com o filme, é sobre família, rivalidade entre irmãos, o que acontece quando um bebê nasce. O filme traz temas contemporâneos", afirmou o presidente da Nick Movies, Albie Hecht, à Folha, em São Paulo, onde esteve para promover a primeira animação da companhia.
Segundo Hecht, o fato de a Nickelodeon bater na animação os grandes estúdios, como Fox ("Anastasia", US$ 58,3 milhões), Warner ("A Espada Mágica", US$ 22,7 milhões, e "O Rei e Eu", US$ 11,9 milhões) e DreamWorks ("Formiguinhaz", US$ 90,7 milhões), se deve por ter oferecido um produto diferenciado.
"Os outros estúdios não foram tão bem-sucedidos quanto nós porque tentaram seguir a trilha da Disney, que é muito difícil de bater na animação clássica. Nós sabíamos que queríamos ir para o lado contrário. Ficamos muito satisfeitos em saber que o público veio conosco. Nosso sucesso vem de que não tentamos imitar a Disney", afirmou Hecht.
"Achamos que poderíamos ser diferentes no campo da animação de cinema, como sempre fomos na TV. E só poderíamos sê-lo fazendo desenhos contemporâneos, sobre crianças, famílias, temas reais, não contos de fadas."
E a Nickelodeon quer mais sucesso. O grande hit da programação atual, "Pistas de Blues", também está com um longa-metragem em produção, que deve ser lançado -talvez diretamente em vídeo- no ano 2000.
A produtora pretende estrear um filme de animação por ano, além de longas com crianças como heroínas e produções para a família. Também na linha de produção estão um desenho baseado no programa da Nickelodeon "Hey, Arnold" e outro na história em quadrinhos "Bone".
E Hecht não tem medo de que, após o sucesso, a Nickelodeon comece a ser imitada também? "Toda vez que tentam nos copiar começamos a fazer algo diferente. Foi assim com os game shows para crianças. Começamos a fazer sitcoms. Nós não ficamos parados."


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