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Irmãos são comuns no cinema
PAULO SANTOS LIMA
free-lance para a Folha
No cinema, irmão não é só
aquele que não deixa o mais novo
sair com ele ou que tenta roubar o
maior pedaço do doce da vovó.
Muitos são os ótimos títulos realizados entre irmãos.
Há casos já cinhecidos, como o
dos Taviani e dos Coen, e outros
mais recentes, como Andy e Larry
Wachowski -de "Ligadas pelo
Desejo" e "Matrix".
Joel Coen sempre dirigindo e
escrevendo o roteiro a quatro
mãos com o irmão Ethan. Este,
cuidando da produção (veja filmografia ao lado).
Paolo e Vittorio Taviani marcaram o cinema italiano dos anos
70, unidos como unha e carne.
Mostrando as entranhas da Itália
sulista, "Pai Patrão" figura entre
seus melhores trabalhos.
Os filmes de capa-e-espada tiveram uma ótima assinatura fraternal. Alexander na produção e Zoltan na direção, os Korda fizeram
belas obras, como "Mowgli".
Já "Débi & Lóide" e "Quem Vai
Ficar com Mary?" mostram a
mão um tanto grosseira de Bob e
Peter Farrelly. A especialidade da
dupla agrada ao grande público,
num bom trabalho de direção.
Mas o melhor é Billy Wilder, diretor primoroso que assinou
obras como "Pacto de Sangue" e
"Farrapo Humano".
Seu apego com o irmão W. Lee
Wilder deveria ficar apenas no
âmbito familiar. Lee filmou várias
ficções científicas B, nos anos 50,
mas nunca trabalhou sob o mesmo teto do caçula Billy.
Outros que nunca se esbarraram nos sets são Ridley Scott
("Blade Runner") e Tony Scott
("Top Gun"). Mas não há como
negar uma consonância de estilos, principalmente pela fotografia publicitária, mostrando que, às
vezes, o sangue fala mais alto.
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