São Paulo, Sexta-feira, 09 de Julho de 1999
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Irmãos são comuns no cinema

PAULO SANTOS LIMA
free-lance para a Folha

No cinema, irmão não é só aquele que não deixa o mais novo sair com ele ou que tenta roubar o maior pedaço do doce da vovó. Muitos são os ótimos títulos realizados entre irmãos.
Há casos já cinhecidos, como o dos Taviani e dos Coen, e outros mais recentes, como Andy e Larry Wachowski -de "Ligadas pelo Desejo" e "Matrix".
Joel Coen sempre dirigindo e escrevendo o roteiro a quatro mãos com o irmão Ethan. Este, cuidando da produção (veja filmografia ao lado).
Paolo e Vittorio Taviani marcaram o cinema italiano dos anos 70, unidos como unha e carne. Mostrando as entranhas da Itália sulista, "Pai Patrão" figura entre seus melhores trabalhos.
Os filmes de capa-e-espada tiveram uma ótima assinatura fraternal. Alexander na produção e Zoltan na direção, os Korda fizeram belas obras, como "Mowgli".
Já "Débi & Lóide" e "Quem Vai Ficar com Mary?" mostram a mão um tanto grosseira de Bob e Peter Farrelly. A especialidade da dupla agrada ao grande público, num bom trabalho de direção.
Mas o melhor é Billy Wilder, diretor primoroso que assinou obras como "Pacto de Sangue" e "Farrapo Humano".
Seu apego com o irmão W. Lee Wilder deveria ficar apenas no âmbito familiar. Lee filmou várias ficções científicas B, nos anos 50, mas nunca trabalhou sob o mesmo teto do caçula Billy.
Outros que nunca se esbarraram nos sets são Ridley Scott ("Blade Runner") e Tony Scott ("Top Gun"). Mas não há como negar uma consonância de estilos, principalmente pela fotografia publicitária, mostrando que, às vezes, o sangue fala mais alto.


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