São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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ANÁLISE

Mundo entendeu o artista

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Boy George , mago do estilo, camaleão do pop. Chega aqui à sua terceira década de sobrevivência como um importante personagem na mídia e na cultura musical global. Longevidade é palavra mágica, num tempo que se acelera a cada minuto. George Alan O'Dowd não se fez (nunca) de rogado e atravessa as eras, continuando a surpreender.
Boy George permanece jovem e fala hoje com pessoas da mesma idade de quando ele começou, no início dos anos 80, 20 anos atrás. Sem um pingo de decadência. Ao contrário: hype.
Seus sets como DJ revelam uma cultura musical e um senso de humor raramente combinados. Criativos, misturam estilos, rejeitam nomenclaturas, balançam os quadris de diferentes gerações. Boy George consegue agradar aos garotos da nova cultura club inglesa ao mesmo tempo em que deslumbra fashionistas.
Vem do clã Versace e dos desfiles de Donatella (a irmã de Gianni Versace) seu culto especial nas passarelas da moda, e as badaladas trilhas sonoras são sempre seguidas de festas absurdas em hotéis, puro jet-set style.
Uma vida glamourosa, como seus fãs gostariam que tivesse. Ícone dos 80 na moda, do pop e da sexualidade, Boy George foi desses personagens que ajudaram a definir aqueles tempos, com sua voz única e figura andrógina, com maquiagem exótica, penteados incríveis e escândalos amorosos.
Depois do fim do grupo, das turbulências com amores e drogas, e de um certo embaço musical até os 90, a diva voltou com a colagem musical "The Martyr Mantras" (91), em que deixava claras suas influências étnica e budista que havia abraçado.
Aos poucos, a volta à cultura club foi mais forte, e nas pistas ele foi recebido novamente até seu "Essential Mix" (2000). Não tem preconceitos musicais. Nem poderia. Afinal, cresceu querendo ser como Shirley Bassey, confundido com uma menina. Hoje não precisa explicar mais nada. O mundo já entendeu.



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