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ANÁLISE
Mundo entendeu o artista
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
Boy George , mago do estilo, camaleão do pop. Chega aqui
à sua terceira década de sobrevivência como um importante personagem na mídia e na cultura
musical global. Longevidade é palavra mágica, num tempo que se
acelera a cada minuto. George
Alan O'Dowd não se fez (nunca)
de rogado e atravessa as eras, continuando a surpreender.
Boy George permanece jovem e
fala hoje com pessoas da mesma
idade de quando ele começou, no
início dos anos 80, 20 anos atrás.
Sem um pingo de decadência. Ao
contrário: hype.
Seus sets como DJ revelam uma
cultura musical e um senso de humor raramente combinados.
Criativos, misturam estilos, rejeitam nomenclaturas, balançam os
quadris de diferentes gerações.
Boy George consegue agradar aos
garotos da nova cultura club inglesa ao mesmo tempo em que
deslumbra fashionistas.
Vem do clã Versace e dos desfiles de Donatella (a irmã de Gianni
Versace) seu culto especial nas
passarelas da moda, e as badaladas trilhas sonoras são sempre seguidas de festas absurdas em hotéis, puro jet-set style.
Uma vida glamourosa, como
seus fãs gostariam que tivesse.
Ícone dos 80 na moda, do pop e
da sexualidade, Boy George foi
desses personagens que ajudaram
a definir aqueles tempos, com sua
voz única e figura andrógina, com
maquiagem exótica, penteados
incríveis e escândalos amorosos.
Depois do fim do grupo, das
turbulências com amores e drogas, e de um certo embaço musical até os 90, a diva voltou com a
colagem musical "The Martyr
Mantras" (91), em que deixava
claras suas influências étnica e budista que havia abraçado.
Aos poucos, a volta à cultura
club foi mais forte, e nas pistas ele
foi recebido novamente até seu
"Essential Mix" (2000). Não tem
preconceitos musicais. Nem poderia. Afinal, cresceu querendo
ser como Shirley Bassey, confundido com uma menina. Hoje não
precisa explicar mais nada. O mundo já entendeu.
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