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MÚSICA
Profissionais da área afirmam que fazer clipes praticamente não dá dinheiro, mas serve de vitrine de trabalho
VMB 97 reúne videoclipes sem lucro
FERNANDO PAULINO NETO
em São Paulo
As centenas de videoclipes realizados anualmente no país praticamente não dão lucro, segundo
profissionais envolvidos com sua
realização. Eles servem de vitrine
para as produtoras buscarem os
clientes onde realmente está o dinheiro. Na publicidade.
"É uma forma de mostrar o seu
trabalho", diz Augusto Casé, da
Electra Filmes, que fez a produção
do videoclipe "Alma Não Tem
Dor", da banda Karnak, que concorre ao título de melhor do ano
no prêmio MTV Video Music Brasil, que se realiza na próxima quinta-feira, a partir das 21h, no Palácio das Convenções do Anhembi,
em São Paulo.
"Os melhores videoclipes entram na fita de rolo como referência de trabalho", diz. A fita de rolo
é apresentada pelas produtoras
quando buscam novos clientes.
Neste ano, foram escritos para o
VMB 241 videoclipes em 11 categorias: revelação, pop, rock, rap,
MPB, democlip, edição, fotografia, direção, melhor do ano e escolha da audiência.
Para escolher os vencedores, haverá um júri formado por profissionais de diversas áreas. Entre
eles, as atrizes Malu Mader, Regina
Casé, o cantor Jorge Benjor e o estilista Marcelo Sommer.
A categoria escolha de audiência
será definida pelo público, que pode votar nos concorrentes pelos telefones (011) 3061-9560 e (021)
221-9659 ou via Internet
(www.mtv.com.br).
Clipe x prejuízo
Nem mesmo o campeão de orçamento entre os finalistas do prêmio MTV, com um custo de R$ 150
mil, "É uma Partida de Futebol",
do Skank, foge à regra.
"A gente procura não ter prejuízo. O lucro, em geral, é mostrar
um trabalho autoral", diz o diretor
Roberto Berliner, da TV Zero, que
também vê a ligação mercadológica entre videoclipe e publicidade.
Flávio Tambelini, da Ravina, diz
que "dá um charme botar um clipe no meio do rolo de comerciais.
O diretor não ganha nada para fazer porque é bom ter. É divulgação
do talento", diz.
Ele cita o exemplo da Conspiração Filmes, responsável por três
dos cinco candidatos a melhor do
ano da MTV, "A Namorada", de
Carlinhos Brown, "Busca Vida",
dos Paralamas do Sucesso, e "Enquanto Durmo", de Zélia Duncan.
Mas nem tudo é dinheiro no mundo dos videoclipes. Há também a
satisfação pessoal. "Não dá para
ganhar um tostão. A gente faz por
prazer", diz Waddington.
Berliner vai na mesma linha. "É
jogo fazer. O clipe tem uma satisfação pessoal porque é um espaço
totalmente aberto para você criar.
Você inventa tudo nele e procura
não ter prejuízo. É a luta com o sócio que cuida da grana." No caso,
seu irmão, Renato Berliner.
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