São Paulo, Segunda-feira, 09 de Agosto de 1999
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Coleção nasce com exílio

da Sucursal do Rio

Se Frida Kahlo e Diego Rivera eram o casal-símbolo do renascimento mexicano, Jacques e Natasha Gelman eram o símbolo do mecenato surgido no país com a vinda de europeus que fugiam das guerras ou de problemas políticos.
Jacques e Natasha Gelman se conheceram no México, em 1938. Os dois fugiam de uma Europa às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Ele, um russo nascido em São Petersburgo, estudara cinema em Berlim, para onde havia sido mandado pelos pais em 1917, quando estourou a Revolução Russa.
De Berlim foi para Paris, onde montou uma distribuidora de filmes. Em 1938 partiu para o México, com a intenção de montar uma filial de sua empresa.
Lá, fez duas descobertas: a tcheca Natasha Zahalta, com quem se casou, em 1941, e o ator Mario Moreno, o Cantinflas, para quem produziu vários filmes e que o tornou milionário.
Com o dinheiro ganho com os filmes de Cantinflas, os Gelman puderam iniciar sua coleção de arte contemporânea.
Na época, Frida Kahlo e Diego Rivera já eram bastante conhecidos nos meios intelectuais mexicanos.
Em 1943, Jacques Gelman encomenda a Rivera um retrato de Natasha. Assim começa a coleção de arte mexicana do casal. Pouco depois, no mesmo ano, é a vez de Frida retratar Natasha Gelman.
O casal morreu sem deixar herdeiros. A coleção de arte do século 20, montada simultaneamente à de arte mexicana, foi doada ao Metropolitan Museum de Nova York.
A coleção mexicana tem curadoria de Robert Littman, amigo do casal, que chega ao Rio amanhã para começar a montagem da exposição. Do Rio, a coleção Gelman segue para Madri.


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