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Coleção nasce com exílio
da Sucursal do Rio
Se Frida Kahlo e Diego Rivera
eram o casal-símbolo do renascimento mexicano, Jacques e Natasha Gelman eram o símbolo do
mecenato surgido no país com a
vinda de europeus que fugiam das
guerras ou de problemas políticos.
Jacques e Natasha Gelman se
conheceram no México, em 1938.
Os dois fugiam de uma Europa às
vésperas da Segunda Guerra
Mundial.
Ele, um russo nascido em São
Petersburgo, estudara cinema em
Berlim, para onde havia sido
mandado pelos pais em 1917,
quando estourou a Revolução
Russa.
De Berlim foi para Paris, onde
montou uma distribuidora de filmes. Em 1938 partiu para o México, com a intenção de montar
uma filial de sua empresa.
Lá, fez duas descobertas: a tcheca Natasha Zahalta, com quem se
casou, em 1941, e o ator Mario
Moreno, o Cantinflas, para quem
produziu vários filmes e que o
tornou milionário.
Com o dinheiro ganho com os
filmes de Cantinflas, os Gelman
puderam iniciar sua coleção de
arte contemporânea.
Na época, Frida Kahlo e Diego
Rivera já eram bastante conhecidos nos meios intelectuais mexicanos.
Em 1943, Jacques Gelman encomenda a Rivera um retrato de Natasha. Assim começa a coleção de
arte mexicana do casal. Pouco depois, no mesmo ano, é a vez de
Frida retratar Natasha Gelman.
O casal morreu sem deixar herdeiros. A coleção de arte do século
20, montada simultaneamente à
de arte mexicana, foi doada ao
Metropolitan Museum de Nova
York.
A coleção mexicana tem curadoria de Robert Littman, amigo
do casal, que chega ao Rio amanhã para começar a montagem da
exposição. Do Rio, a coleção Gelman segue para Madri.
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