São Paulo, segunda-feira, 09 de setembro de 2002

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DOCUMENTÁRIO

Cineastas registram a história por acaso

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Na manhã de 11 de setembro de 2001, os irmãos franceses e cineastas estreantes Jules e Gedeon Naudet se levantaram para mais um dia de rotina. Fariam cenas do documentário que rodavam sobre bombeiros recrutas de Nova York, centrados no jovem Tony.
Gedeon foi com uma das câmeras à casa do soldado, Jules resolveu sair com a outra acompanhando seu destacamento na resposta a um chamado de emergência perto do World Trade Center. Uma das bocas-de-lobo do Financial District estaria vazando gás.
São 8 e pouco da manhã.
Um dos soldados aponta no céu um avião voando improvavelmente baixo. Ato reflexo, Jules vira sua lente para o céu e assim transforma-se no autor da única imagem ao vivo do mundo que flagra o primeiro Boeing 767 se chocando com a primeira torre.
Este é o começo de "11 de Setembro", que o GNT exibe na quarta, às 22h. O canal inicia hoje, com "A Queda do World Trade Center" (22h) programação especial de documentários sobre os atentados. Serão mostrados ainda, sempre no mesmo horário, "Uma Nação: Vozes da América" (na quinta) e "Vôo 93: Os Novos Heróis da América" (na sexta).
"11 de Setembro" não é o melhor documentário entre as dezenas sobre o tema. Mas é o que traz algumas das cenas mais significativas para quem quer entender parte do que sentiram as pessoas dentro dos prédios naquele dia.
Assim que viu o choque, Jules correu com a equipe de bombeiros para dentro da torre norte, sem ser barrado pelas autoridades, que pensavam tratar-se também de um soldado.
Pôde filmar do saguão de um dos prédios toda a confusão e o desencontro nos resgates. Entre as cenas mais chocantes está a morte por ataque cardíaco do capelão dos bombeiros, quando da queda da torre vizinha, que foi atingida depois, mas cedeu antes.
E o ruído seco, pesado, de objetos se chocando contra o solo. Não eram objetos, você descobre depois, mas pessoas desesperadas fugindo do incêndio dos prédios.



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