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DOCUMENTÁRIO
Cineastas registram a história por acaso
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Na manhã de 11 de setembro de
2001, os irmãos franceses e cineastas estreantes Jules e Gedeon Naudet se levantaram para mais um
dia de rotina. Fariam cenas do documentário que rodavam sobre
bombeiros recrutas de Nova
York, centrados no jovem Tony.
Gedeon foi com uma das câmeras à casa do soldado, Jules resolveu sair com a outra acompanhando seu destacamento na resposta a um chamado de emergência perto do World Trade Center.
Uma das bocas-de-lobo do Financial District estaria vazando gás.
São 8 e pouco da manhã.
Um dos soldados aponta no céu
um avião voando improvavelmente baixo. Ato reflexo, Jules vira sua lente para o céu e assim
transforma-se no autor da única
imagem ao vivo do mundo que
flagra o primeiro Boeing 767 se
chocando com a primeira torre.
Este é o começo de "11 de Setembro", que o GNT exibe na
quarta, às 22h. O canal inicia hoje,
com "A Queda do World Trade
Center" (22h) programação especial de documentários sobre os
atentados. Serão mostrados ainda, sempre no mesmo horário,
"Uma Nação: Vozes da América"
(na quinta) e "Vôo 93: Os Novos
Heróis da América" (na sexta).
"11 de Setembro" não é o melhor documentário entre as dezenas sobre o tema. Mas é o que traz
algumas das cenas mais significativas para quem quer entender
parte do que sentiram as pessoas
dentro dos prédios naquele dia.
Assim que viu o choque, Jules
correu com a equipe de bombeiros para dentro da torre norte,
sem ser barrado pelas autoridades, que pensavam tratar-se também de um soldado.
Pôde filmar do saguão de um
dos prédios toda a confusão e o
desencontro nos resgates. Entre
as cenas mais chocantes está a
morte por ataque cardíaco do capelão dos bombeiros, quando da
queda da torre vizinha, que foi
atingida depois, mas cedeu antes.
E o ruído seco, pesado, de objetos se chocando contra o solo.
Não eram objetos, você descobre
depois, mas pessoas desesperadas
fugindo do incêndio dos prédios.
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