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GENTE HUMILDE
Francisco também tem medo de tirar foto
Pai vira "astro", mas não sabe dar autógrafo
DA REPORTAGEM LOCAL
É elogiada a interpretação de
Ângelo Antônio no papel de
pai de Zezé Di Camargo e Luciano em "2 Filhos de Francisco". O patriarca da vida real, no
entanto, é personagem mais
cativante do que o do filme.
Aos 68 anos, o ex-lavrador e
ex-pedreiro Francisco Camargo está adorando a vida de celebridade. "Eu gosto, eu gosto."
Ele e a mulher, Helena, 61,
moram em Goiânia, mas, desde a estréia do filme sobre a família, vivem no avião ("E lá
dentro o ponteiro agarra que
não roda.") Já foram ao Faustão, Gugu, e os pedidos de entrevistas não param. Seu Francisco, por ele, atenderia a todos.
"Mas eles tem que dizer o que
nóis pode fazer. O Gilberto
Barros [Bandeirantes] vem em
cima de mim pelejando pra eu
dar entrevista, já até pagou passagem, mas ainda não pode
por causa da Grobo [a Globo
Filmes é sócia do filme]", explica Francisco, em suas palavras.
Se os Camargo já eram famosos em Goiânia em razão do sucesso da dupla e do seqüestro
do filho Wellington, em 1998/
99, agora eles são celebridade.
"O conhecimento aumentou.
Aumentou a percussão e a revolução do povo."
Dá autógrafos? "Não sei dar
autógro. Como eu faço? Não
tem jeito de fazer isso não. Não
mexo com isso, não dou conta.
Agora o Emanuel [seu filho]
vai ensinar eu dar autógro."
Dona Helena, que acompanha a filha Marlene, cantora
evangélica, em cultos lotados,
está mais acostumada e explica
ao marido: "É muito fácil. Você
coloca o nome da pessoa e coloca assim, por exemplo: "Com
muito carinho, um abraço de
Francisco Camargo."
Além dos autógrafos, conta o
pai da dupla, "o povo sempre
pedi pra tirar um foto".
Com o "boom" das câmeras
digitais, os fãs "paparazzi" estão em toda a parte. Mas seu
Francisco não se deixa fotografar sozinho, só ao lado de quem
pediu a foto, "e bem coladinho
que é pra não dar pra cortar".
Teme que, se sair sozinho na
foto, ela possa parar nas mãos
de "gente errada", que o tenha
como alvo de um seqüestro.
Esse pânico, diz, é o único lado ruim da fama. "O público
quer tirar um pouco da gente,
como foi o seqüestro do Wellington. É ruim porque a gente
anda com segurança pra um lado, segurança pra outro. Se a
Helena sai e eu não, tenho que
ficar preso no apartamento".
Ele acredita que os seqüestradores que mantiveram Wellington, paraplégico, por 94
dias no cativeiro e arrancaram
uma das orelhas para mandar
aos pais, poderiam ter desistido do crime se tivessem assistido a "2 Filhos de Francisco".
Vai mandar o DVD para a cadeia onde estão presos os vilões
desta história.
(LM)
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