São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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cinema

Atriz diz não ligar para 'fantasma' de Amelie

Sempre lembrada pela personagem Amélie Poulain, Audrey Tautou protagoniza 'Uma Doce Mentira', de Salvadori

Lançado em 2010 na França, no período em que país sofreu com as nevascas, filme foi pouco visto

Fotos Divulgação
Audrey Tatou em "Uma Doce Mentira"

ANA PAULA SOUSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Primeiro, ela foi comparada a Audrey Hepburn -um pouco pelo prenome e muito pelo tipo físico. Mas não demorou para que a imagem de Hepburn se desvanecesse e ela virasse, simplesmente, a Amélie Poulain.
Protagonista de "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", o mais popular filme francês dos anos 2000, Audrey Tautou sabe que, para o bem e para o mal, o nome Amélie é mais conhecido pelo mundo do que o seu nome.
"É normal. É um personagem forte, marcante, e as pessoas têm uma afeição particular pelo filme", disse a atriz à Folha, durante sua passagem por São Paulo, em junho. "Dentre todos os filmes que fiz, foi o mais visto. Foi único para mim também." Tautou, ao vivo, é ainda mais miúda que na tela. Mas, no jeito de ser e de falar, é menos frágil e menos doce do que os seus personagens costumam ser.
"Em todo personagem há algo que se repete; afinal, tenho o mesmo olhar, o mesmo rosto. Mas nenhum deles tem especialmente a ver comigo", diz. "E a verdade é que não me interesso pela imagem que há de mim. Faço meu trabalho e, após o filme, a imagem pertence aos outros."
Em "Uma Doce Mentira", essa imagem, de novo, será a da moça partida ao meio. Para equilibrar-se entre a vida como ela é e a vida criada em sua imaginação, Émilie Dandrieux, sua personagem, anda com uma máscara. E, como no poema de Fernando Pessoa, quando quer tirá-la, percebe que já está pregada.
"Ela representa um personagem autoritário, mas é, no fundo, superfrágil. Ela pode ser mesquinha, dura e, ao mesmo tempo, é cheia de boas intenções", descreve.
Mas, como não se trata de Pessoa e sim de comédia romântica, sua máscara não é trágica. "Ri muito nesse papel. Ela é uma trapalhona. Mete os pés pelas mãos."
Na França, sua Émilie ficou aquém das expectativas. Lançado em dezembro de 2010, em plena tempestade de neve em Paris, o filme foi pouco visto. "Imagine o pior pesadelo de um diretor... Bom, foi pior. Não tivemos a chance de ver qual seria o desempenho do filme em condições normais." No Brasil, terão.


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