São Paulo, quarta, 9 de setembro de 1998

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TELEVISÃO
Tim Burton estréia em comercial de TV

das agências internacionais

É cada vez maior o número de cineastas que dirigem filmes publicitários para a TV nos EUA. O mais novo seguidor dessa tendência é Tim Burton, diretor de "Batman", "Edward Mãos de Tesoura" e "Ed Wood", entre outros.
Ele acaba de rodar em Los Angeles o novo filme da campanha dos chicletes Hollywood.
Diretores como Spike Lee e John Woo recentemente fizeram comerciais para a fabricante de artigos esportivos Nike. John Woo, de "A Outra Face" e "A Última Ameaça", rodou seu filme no Brasil, no aeroporto do Galeão -quem não se lembra do anúncio, estrelado por Ronaldinho, Denílson e outros craques da seleção brasileira?
Não é difícil entender porque esses consagrados cineastas topam emprestar seu talento a essa que é considerada uma "arte menor". Em média, eles recebem US$ 500 mil por dois ou três dias de trabalho. Mas não é só isso que os atrai. Pelo menos é o que eles dizem. "Num comercial eu posso testar várias técnicas ainda experimentais. Há muitas possibilidades, nossa criatividade não encontra limites", afirma John Woo.
Para diretores novos, como é o caso do ator Steve Buscemi (de filmes como "Fargo" e "Armaggedon"), fazer um comercial é um desafio diferente. "Você tem de contar uma história inteira em 30 segundos. Cada momento é importante", diz. Buscemi está atualmente dirigindo um comercial para a WNBA (liga feminina de basquete dos EUA).
Quando um anunciante ou uma agência convida um cineasta como Woo ou Burton para dirigir os filmes de suas campanhas, uma das grandes esperanças é que o produto final tenha um pouco a marca do seu autor.
Isso é visível nos comerciais dirigidos por Spike Lee (onde o hip hop e o rap embalam as imagens dos astros negros do esporte) e no filme que David Lynch (de "Veludo Azul" e "A Estrada Perdida") dirigiu para um teste de gravidez, que tem uma boa dose de suspense em seu intrigante final -a garota faz o teste, mas o telespectador não fica sabendo se o resultado é positivo ou negativo.
A tendência norte-americana também se manifesta no Brasil. O cineasta mais badalado atualmente no país, Walter Salles Jr., já dirigiu comerciais para a Braspérola e para os cigarros Free. Murilo Sales e Ugo Giorgetti também já fizeram filmes publicitários.
Essa é uma das maneiras que encontraram para custear seus filmes. Outra possibilidade é dirigir clipes, com já fizeram Cacá Diegues e Beto Brant.


Colaborou Francisco Martins da Costa, da Redação



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