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Solanas requenta metáforas
do enviado especial a Veneza
Depois de cinco anos afastado do cinema, o argentino Fernando Solanas volta com "A
Nuvem", exibido ontem na
mostra competitiva.
O filme é um misto de outras
duas obras de Solanas: "Tangos, o Exílio de Gardel" (1985) e
"El Viaje" (1993). Do primeiro,
tem a estrutura episódica em
torno de um grupo de artistas,
agora exilados no próprio país.
Do segundo, a ira cívica e a fragilidade dramática.
Tudo gira em torno da batalha pela sobrevivência de um
teatro de vanguarda, liderado
por Max. O governo tergiversa,
os preparativos para a demolição correm, os dramas pessoais
se agudizam. Um deles envolve
a brasileira Angela Correa, negra que luta para provar seu talento contra o preconceito.
Duas metáforas rasteiras sintetizam o protesto: os personagens andam de trás para frente
(o país "anda para trás"), e uma
nuvem cobre Buenos Aires
(tempos sombrios). Mas "A
Nuvem", ultrapassado cinema
alegórico, revela o talento do filho do cineasta, Juan Diego,
que assina a fotografia.
(AL)
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