São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
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Balzaquiano, Monty Python volta a "armar o circo" na TV

Reprodução
Em "Monty Python em Busca do Cálice Sagrado", atores simulavam trote de cavalos



Comemorando os 30 anos de "Monty Python Flying Circus" , humoristas programam voltar à telinha em outubro


SYLVIA COLOMBO
de Londres

Os sinistros "Cavaleiros Que Dizem "Ni'" aterrorizaram vilarejos na Idade Média. Jesus fez o célebre Sermão da Montanha sem que ninguém conseguisse ouvir nada, pois o mestre estava muito longe dos seus ouvintes. Já um trabalhador católico do começo do século, sem saber o que fazer com todos os filhos que tinha, cantava a canção: "Todo Esperma É Sagrado".
As cenas fazem parte do cômico universo dos humoristas do Monty Python, grupo que comemora 30 anos de sua primeira aparição na TV e prepara-se para lançar um programa inédito em outubro.
Dois livros para marcar a efeméride também saíram: "Monty Python: A Celebration", de Richard Topping (ed. Virgin) e "Monty Python Speaks", de David Morgan (ed. Avon).
O Monty Python era formado pelos ingleses Jon Cleese, Terry Jones, Graham Chapman, Eric Idle e Michael Palin e o norte-americano Terry Gilliam. O grupo se celebrizou por transpor as incoerências da vida contemporânea para contextos históricos diferentes.
Apesar de serem conhecidos internacionalmente pelos filmes para o cinema: "E Agora Algo Completamente Diferente", "Monty Python em Busca do Cálice Sagrado", "A Vida de Brian" e "O Sentido da Vida", o Python realizou também um programa humorístico que foi ao ar durante dez anos (1969-1979) na emissora britânica BBC.
Sucesso de audiência, o "Monty Python Flying Circus" (o circo voador de Monty Python) ocupou o horário nobre do canal e era formado por uma seleção de esquetes que satirizavam o comportamento dos cidadãos britânicos e ironizavam algumas instituições nacionais, como a Justiça, o Sistema Nacional de Saúde e o Parlamento.
São dessa época esquetes como "A Piada Mais Engraçada do Mundo" que conta a história de uma piada tão engraçada que é usada na Segunda Guerra para derrotar os alemães e o "Ministro dos Passos Idiotas", que satiriza as maneiras de um político, que anda na rua com passos elásticos.
Entre os esquetes, era comum aparecer um coronel, que se dirigia aos espectadores e dizia: "Agora chega, o programa está ficando muito imbecil".
O primeiro episódio do "Monty Python Flying Circus" foi ao ar em 5 de outubro de 1969. Várias piadas lançadas na série depois foram reaproveitadas nos filmes. A Idade Média, a Santa Inquisição e passagens bíblicas eram cenários usuais nos esquetes dos comediantes.
O grupo foi formado a partir de conjuntos de comediantes das tradicionais universidades de Cambridge e Oxford, (interior da Inglaterra). O primeiro encontro entre os futuros membros do Python foi no festival de Edimburgo, em 64, quando ainda integravam grupos teatrais diferentes.
No ano seguinte, começaram a se apresentar em Londres e foram chamados pela BBC para realizar o "Monty Python Flying Circus".
O grupo deixou de filmar em meados dos anos 80. Em 1989, um dia antes do aniversário de 20 anos do Python, Graham Chapman, que interpreta o Brian de "A Vida de Brian", morreu de câncer.
A partir daí, os sobreviventes do Python seguiram em seus projetos pessoais. Entre os trabalhos mais conhecidos dos membros do grupo estão a parceria de Michael Palin e Jon Cleese em alguns filmes, como Um Peixe Chamado Wanda" (1988) e "Ferocidade Máxima" (1997), e os de Terry Gilliam, diretor de "Brazil, o Filme" (1985) e "Os 12 Macacos" (1995).


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