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NET CETERA
Fatos e boatos sobre o atentado - parte 3
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Volto ao assunto que continua lotando minha caixa
de entrada de e-mails: os boatos, os rumores e as (poucas)
verdades que circulam pela internet cujo tema é o atentado
terrorista ao World Trade Center no dia 11 de setembro.
1. Se você escrever em Wingding a expressão "Q33NY", que
é o número da quadra em que
ficava o World Trade Center
(ou o prefixo de um dos aviões
que atingiu as torres ou ainda o
número do vôo, dependendo da
explicação), o resultado é assustador.
MENTIRA. Quer dizer, é verdade que "Q33NY" em Wingding dá um avião, duas folhas
que se parecem com o WTC,
uma cruz com caveira e a estrela
de Davi. A mentira é que a quadra do prédio seria número 33
-Nova York não tem quadras
numeradas. Mesmo que fosse,
não existiria o Q de "quadra", já
que a palavra em inglês é
"block". Ainda, nenhum dos
dois aviões tinha tal prefixo,
nem o número dos vôos corresponde à sequência.
2. A cadeia de rádio Clear Channel Communications distribuiu
a suas emissoras uma lista de
músicas que estariam proibidas, pois seu conteúdo poderia
ser considerado ofensivo atualmente.
MENTIRA. Realmente, a cadeia, a maior dos EUA, distribuiu a lista de músicas, entre as
quais estão títulos tão inofensivos quanto "Imagine", de John
Lennon, e "Burning Down the
House" (Talking Heads). Mas
tratava-se de uma sugestão, que
pouca gente levou a sério.
3. Um homem que estava preso no 71º andar de uma das torres (ou no 82º, ou no 100º, dependendo dos relatos) conseguiu chegar ao solo a salvo,
"surfando" nos pedaços do prédio quando este desabou.
MENTIRA. Preciso explicar?
Falei neste fim de semana com
o sujeito que diz ser a pessoa
que aparece na fotomontagem
publicada na coluna passada
(veja foto acima), em que um
turista aparece no topo do
World Trade Center bem no
momento em que um dos dois
aviões se dirige de encontro à
torre.
A imagem obviamente falsa
correu o mundo, apareceu em
várias publicações, algumas das
quais a levaram a sério, e foi a
foto principal de uma reportagem da revista "Time" com o
mesmo tema desta coluna.
Segundo o suposto retratado,
que seria brasileiro, "alguns
amigos pregaram essa brincadeira, que, acredito, passou dos
limites". Continua: "Pessoas
com que não me encontro há alguns meses me telefonaram para verificar se eu estava vivo.
Absurdo".
Ele pede ajuda de "Net Cetera" para encontrar o autor do
trote. Está lançada a busca.
E-mail: sergiodavila@uol.com.br
Internet: www.uol.com.br/sergiodavila
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