Mostra tem obras de Picasso, Cézanne e Van Gogh

DA REPORTAGEM LOCAL

Estão na mesma parede do Masp retratos feitos por Cézanne, Van Gogh, Picasso e Anita Malfatti. Na quarta e última das mostras da reorganização do acervo feita pelo curador Teixeira Coelho, e aberta hoje pelo museu, é esse gênero que está em destaque.
Não é por acaso que seja a reunião dessas telas que chama mais a atenção. "Madame Cézanne em Vermelho" (1890-1894), de Cézanne; "O Escolar (O Filho do Carteiro)" (1888), de Van Gogh; "Retrato de Suzanne Bloch" (1904), de Picasso, a tela roubada do Masp no ano passado e recuperada neste ano; e "A Estudante" (1915-1916), de Malfatti, mostram uma evolução, do pré-cubismo ao modernismo brasileiro.
"Depois de Cézanne, o Van Gogh faz um aprofundamento da sensação", afirma Coelho.
"Mas Picasso conversa muito bem com Cézanne e é muito mais frio que Van Gogh."
Quem "acende a fogueira de novo", nas palavras de Coelho, é Malfatti, brasileira que resiste bem à comparação com os mestres europeus juntos no Masp.
Na parte da mostra dedicada a retratos de poderosos, aliás, está um bom apanhado do acervo do museu: Ticiano, Diego Velázquez e Goya.
Entre os auto-retratos, está Rembrandt, mas há também um raro Max Beckmann e uma colagem de Darcy Penteado, rumo à modernidade.
É uma idéia parecida à da última parte da mostra, em que artistas questionam a representação. Já na fase cubista, Picasso fez "Busto de Homem (O Atleta)" (1909). Em cores vivas, Flavio de Carvalho retrata Tarsila do Amaral. (SILAS MARTÍ)