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Crítica
Filme mostra a vida de advogado
do Chacal
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A ambiguidade é o domínio
da imagem, sem dúvida. Ainda
assim, é preciso buscar nela
aquilo que afirme o caráter incerto do visível. Visível e audível, no caso, posto que desde o
título -"O Advogado do Terror" (Cinemax, 16h, classificação indicativa não informada)- o filme remete à palavra.
O advogado francês Jacques
Vergès começa a vida defendendo Djamila Bouhareb, ativista de uma Argélia em luta
pela independência, e termina
defendendo ninguém menos
que o carrasco nazista Klaus
Barbie.
No meio de tudo, uma vida
cheia de mistérios, desde o casamento com Djamila, passando pelos anos em que sumiu do
mapa, antes de se aproximar de
extremistas alemães e defender o temível Carlos, o Chacal.
Vergès, dono de um talento
invulgar, em algum momento
vacila, ou se abre excessivamente, neste notável documentário de Barbet Schroeder.
Fala de seus métodos. Deixa
clara, até, a estranha, comprometedora proximidade entre a
OLP (Organização pela Libertação da Palestina) e antigos
nazistas.
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