São Paulo, segunda, 9 de novembro de 1998

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Tudo Bem

da Equipe de Articulistas


Depois do mergulho na obra de Nelson Rodrigues, Arnaldo Jabor resolveu ampliar o espectro social e político de sua crítica com "Tudo Bem" (1978).
Num apartamento em reformas vive uma família carioca de classe média "cercada de Brasil por todos os lados", na feliz definição do próprio diretor. Ali comprimem-se o casal maduro (Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo), os filhos (Regina Casé e Luís Fernando Guimarães), a empregada que se prostitui à noite (Zezé Motta) e a empregada mística (Maria Silvia), além dos pedreiros que fazem a reforma (Stênio Garcia, José Dumont e outros).
Essa mistura de classes marca uma espécie de fusão entre a busca cinemanovista de uma síntese do país e a sátira moral que Jabor herdou de Nelson Rodrigues.
Se a abordagem perdeu em profundidade dramática, ganhou em amplitude política e em humor. Trata-se de uma das obras mais corrosivas e dolorosamente divertidas do nosso cinema. (JGC)


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