|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TEATRO
Referência nacional em formação e pesquisa cênica, espaço compartilha sua pedagogia e espetáculos ainda em produção
Escola Livre mostra processos colaborativos de criação
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Elementos do milenar nô japonês contaminam a cultura popular brasileira. O épico vai ao cabaré. A estética urbana salta o muro
dos condomínios. Seguem por aí
alguns dos experimentos que vêm
a público a partir de hoje na Mostra de Processos da Escola Livre
de Teatro de Santo André.
É chance para (re)conhecer a
metodologia da pedagogia livre
da ELT e conferir as experiências
de seus núcleos de trabalho, por
meio de espetáculos, work in progress (criações cujas pesquisas estão em andamento), leituras, encontros teóricos, mesas-redondas
e aulas à comunidade interessada.
Tem sido assim nos últimos
anos, uma mostra que aponta caminhos para a cena contemporânea, mas também os desconstrói,
fornecendo a temperatura de um
dos principais espaços públicos
do país dedicados à formação e
investigação teatrais.
Prestes a completar 15 anos, em
2005, o projeto Escola Livre de
Teatro irradiou, por exemplo, para o Oficinão, atividade anual desenvolvida pelo Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte.
"A Escola Livre de Teatro valoriza a caminhada do ator e o processo de criação, sem deixar de lado os pontos de chegada, os resultados", afirma o coordenador do
espaço, Antônio Rogério Toscano, 32.
"A mostra reflete a codificação
de linguagens, que já passou pela
mimese corporal e agora alcança
o teatro nô, o cabaré, o circo etc.",
explica Toscano.
Exibições
As apresentações acontecem no
galpão da Escola Livre de Teatro e
no teatro Conchita de Moraes, em
cujo entorno fica a escola.
Hoje, às 20h30, serão mostradas
cinco das sete cenas que vão compor o projeto Nô. O público verá,
sempre com entrada franca, em
que etapa se encontra a pesquisa
de finalização de curso do Núcleo
de Formação 6, orientado por
Georgette Fadel, Luís Alberto de
Abreu, Cuca Bolaffi e Gustavo
Kurlat.
No dia 15, às 18h30, o Núcleo de
Teatro Popular Urbano (dedicado à cultura da rua), coordenado
por Claudia Schapira e Roberta
Estrela D'Alva, apresenta um
work in progress de sua pesquisa
em torno dos condomínios.
No mesmo dia, às 20h30, o Núcleo de Dinâmicas Coletivas da
Criação, sob orientação Antônio
Araújo, Lucienne Guedes e
Abreu, fala de processos colaborativos.
O Núcleo de Formação 7 passou
2004 trançando o teatro épico, de
perspectiva histórica, e o teatro-cabaré, cuja estética da diversão
também conjuga dança e música
na linha da variedade.
A experiência resultou no espetáculo "Acabar É...", em cartaz de
16 a 19, no Galpão da ELT, sempre
às 20h30. O musical trata de assuntos como desemprego, luta
pelo poder, solidão e prostituição.
Origem
A Escola Livre de Teatro surgiu
em 1990, iniciativa catalisada pelo
então secretário da Cultura em
Santo André, o ator Celso Frateschi, na gestão do PT.
Já foram seus coordenadores as
encenadoras Maria Taís e Tiche
Vianna, a atriz Lucienne Guedes e
o pesquisador Kil Abreu.
Os primeiros dois anos, a fase
"mítica", segundo Toscano, consolidaram a relação de mestre e
aprendiz, na qual um aprende
com o outro -"horizontalização" que redundou na afirmação
do processo colaborativo como
norte.
A escola sempre sofreu dificuldades. Ficou fechada entre 1992 e
1994. Atualmente, sobrevive aos
ventos políticos e atende cerca de
250 aprendizes. Seu orçamento
em 2004 foi de R$ 288 mil.
MOSTRA DE PROCESSOS DA ESCOLA
LIVRE DE TEATRO. Onde: Escola Livre de
Teatro de Santo André - Teatro Conchita
de Moraes e Galpão (pça. Rui Barbosa,
12, Santa Terezinha, Santo André, tel. 0/
xx/ 11/4996-2164). Quando: de hoje ao
dia 21, às 18h30 e às 20h30. Quanto:
entrada franca.
Texto Anterior: Mundo gourmet: Bistrot Jaú recobra o élan com chegada de novo chef Próximo Texto: Galpão lança a revista "Subtexto" Índice
|