São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2007

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Amiga escreve biografia chapa-branca de Hendrix

DA REPORTAGEM LOCAL

Se "Sgt. Pepper's" é um ícone pop, o rock tem entre suas figuras mais emblemáticas Jimi Hendrix. Morto em setembro de 1970, aos 27 anos, o maior de todos os guitarristas recebe um tratamento cordial e celebratório na biografia "Jimi Hendrix -°A Dramática História de uma Lenda do Rock".
Sharon Lawrence, jornalista norte-americana, conheceu Hendrix num show em Los Angeles em fevereiro de 1968. Os dois se deram bem e ela se tornou confidente do guitarrista.
Lawrence tempera sua radiografia com as conversas que teve com Hendrix, tenta humanizar o guitarrista que chocou platéias ao botar fogo em seu instrumento em pleno palco e que morreu num quarto de hotel em Londres, sufocado no próprio vômito, após tomar vinho com pílulas para dormir.
"Ele é muitas vezes descrito incorretamente por gente que nunca esteve com ele ou que não o conhecia", afirma Lawrence à Folha, por e-mail.
"Provavelmente essas pessoas querem ou precisam vê-lo como um selvagem que estava sempre à procura de atenção. Jimi se tornou uma espécie de alter ego para muita gente, no sentido de "Eu quero ser grande e mau como Hendrix". No livro, tentei mostrar diferentes facetas de Jimi e como os primeiros anos de sofrimento foram importantes para moldar sua personalidade."
Tendo como fonte apenas o livro de Lawrence, tem-se a impressão de que Hendrix foi um herói sem falhas, vítima do séquito que o acompanhava.
"Era impossível para mim e para outros que o conheciam não perceber que ele estava sendo vítima de gente ao seu redor. Jimi sonhava com o dia em que estaria livre dos maus contratos [que assinou], mas também dizia que talvez isso fosse algo a pagar pela realização do desejo de ser um grande guitarrista e compositor."

Coltrane e Clapton
Tom mais realista do que o do livro sobre Hendrix tem a autobiografia de Eric Clapton, outro respeitado guitarrista.
Por se tratar de uma obra sobre si mesmo, suspeitava-se que Clapton fosse amaciar alguns episódios de sua carreira. Mas o autor de "Layla" fala abertamente sobre a morte do filho de cinco anos e de seus relacionamentos amorosos.
Já o disco "Love Supreme", de John Coltrane, é analisado com lupa pelo jornalista Ashley Kahn -que já havia feito o mesmo com "Kind of Blue", de Miles Davis. (TN e MAC)


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