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Amiga escreve biografia chapa-branca de Hendrix
DA REPORTAGEM LOCAL
Se "Sgt. Pepper's" é um ícone
pop, o rock tem entre suas figuras mais emblemáticas Jimi
Hendrix. Morto em setembro
de 1970, aos 27 anos, o maior de
todos os guitarristas recebe um
tratamento cordial e celebratório na biografia "Jimi Hendrix
-°A Dramática História de uma
Lenda do Rock".
Sharon Lawrence, jornalista
norte-americana, conheceu
Hendrix num show em Los Angeles em fevereiro de 1968. Os
dois se deram bem e ela se tornou confidente do guitarrista.
Lawrence tempera sua radiografia com as conversas que teve com Hendrix, tenta humanizar o guitarrista que chocou
platéias ao botar fogo em seu
instrumento em pleno palco e
que morreu num quarto de hotel em Londres, sufocado no
próprio vômito, após tomar vinho com pílulas para dormir.
"Ele é muitas vezes descrito
incorretamente por gente que
nunca esteve com ele ou que
não o conhecia", afirma Lawrence à Folha, por e-mail.
"Provavelmente essas pessoas querem ou precisam vê-lo
como um selvagem que estava
sempre à procura de atenção.
Jimi se tornou uma espécie de
alter ego para muita gente, no
sentido de "Eu quero ser grande e mau como Hendrix". No livro, tentei mostrar diferentes
facetas de Jimi e como os primeiros anos de sofrimento foram importantes para moldar
sua personalidade."
Tendo como fonte apenas o
livro de Lawrence, tem-se a impressão de que Hendrix foi um
herói sem falhas, vítima do séquito que o acompanhava.
"Era impossível para mim e
para outros que o conheciam
não perceber que ele estava
sendo vítima de gente ao seu
redor. Jimi sonhava com o dia
em que estaria livre dos maus
contratos [que assinou], mas
também dizia que talvez isso
fosse algo a pagar pela realização do desejo de ser um grande
guitarrista e compositor."
Coltrane e Clapton
Tom mais realista do que o
do livro sobre Hendrix tem a
autobiografia de Eric Clapton,
outro respeitado guitarrista.
Por se tratar de uma obra sobre si mesmo, suspeitava-se
que Clapton fosse amaciar alguns episódios de sua carreira.
Mas o autor de "Layla" fala
abertamente sobre a morte do
filho de cinco anos e de seus relacionamentos amorosos.
Já o disco "Love Supreme",
de John Coltrane, é analisado
com lupa pelo jornalista Ashley
Kahn -que já havia feito o
mesmo com "Kind of Blue", de
Miles Davis.
(TN e MAC)
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