São Paulo, quarta, 9 de dezembro de 1998

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DISCO CRÍTICA
Cantor traz remédio para o coração

LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada

Tarefa das mais improváveis na música é tentar encontrar uma balada ruim cantada pelo britânico Lloyd Cole, popstar de meados dos anos 80 e hoje mero figurante de uma certa cena romântica, por assim dizer.
Dono de uma das vozes mais tocantes e confortáveis e profundas e belas e honestas do pré-britpop, o ex-líder da fundamental Lloyd Cole and the Commotions marcou sua passagem pelo rock inglês na década passada disputando com os dândis Morrissey -dos Smiths- e Ian McCulloch -do Echo & the Bunnymen- quem conseguia estraçalhar mais corações da garotada consumidora do pop.
Meio datado, meio deslocado, mas ainda com a voz tocante e confortável e... o Lloyd Cole dos 90, há oito anos sem os Commotions, chega agora em show e disco ao Brasil. O disco vem, na verdade, com um atraso funesto de três anos.
Lançado em 95 nos mercados fonográficos que importam, este "Love Story" só agora é lançado no Brasil, por ocasião das apresentações do cantor britânico, em um daqueles oportunismos bem-vindos.
Quarto disco solo de Cole, em "Love Story" o cantor segue carregando a bandeira do amor à beira do abismo.
Os nomes das belas e desesperançosas faixas do CD entregam: "Sentimental Fool", "Love Ruins Everything", "Unhappy Song" e "Let's Get Lost".
Hoje em dia, o velho chapa Lloyd Cole não vai mais indicar rumos para o pop, mas suas canções ainda abalam.
O cantor, em disco ou ao vivo, é pouco indicado para corações atormentados. Por outro lado pode até mesmo ser o remédio.


Disco: Love Story
Cantor: Lloyd Cole
Lançamento: PolyGram
Quanto: R$ 18, em média





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