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DANÇA
Grupo inicia temporada no Teatro Municipal em que apresenta "Axioma 7', "Plenilúnio' e "Baile na Roça'
Balé da Cidade reúne suas principais peças
ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha
O Balé da Cidade de São Paulo
(BCSP) inicia hoje, no Teatro Municipal, a temporada de encerramento de 1998. O programa reúne
as três obras mais expressivas produzidas pelo grupo nos últimos
anos.
Hoje e amanhã, o BCSP dança
"Axioma 7", do israelense Ohad
Naharin, e "Plenilúnio", de Suzana
Yamauchi e João Maurício.
Domingo e segunda-feira, o grupo reapresenta "Baile na Roça",
criação coletiva que envolveu vários bailarinos do elenco, inspirada na obra do pintor Cândido Portinari.
Por falta de verbas, o BCSP cancelou a produção de novo espetáculo, programado para estrear
neste final de ano. A compensação
fica por conta do elenco, que, sob a
direção de José Possi Neto, tem
conseguido preservar seu alto padrão técnico e artístico.
Na atual temporada, vale a pena
rever obras como "Axioma 7", que
Naharin remontou para o BCSP
em 1996. Um dos mais importantes coreógrafos da atualidade, Naharin dirige em Tel-Aviv a Batsheva Dance Company.
Quando trabalhou com o BCSP,
Naharin declarou à Folha, sobre
"Axioma 7": "É um espetáculo
dançado ao som do "Concerto de
Brandemburgo Nš 4', de Bach,
uma música que não pode ser ilustrada. Essa obra desse grande compositor desafiou-me a criar minha
própria forma e minha própria estrutura em termos coreográficos.
Ao assistir a "Axioma' você pode
tecer comentários sobre sociedade, amor, fragilidade ou espontaneidade. Mas a composição se assenta sobre a pesquisa do movimento e da estrutura".
Em "Plenilúnio", com trilha sonora de Jetter Garotti Júnior, o
elenco interpreta as indagações de
Suzana Yamauchi e João Maurício
sobre o comportamento humano
neste fim de século, numa coreografia marcada pela fisicalidade e o
apurado senso plástico.
No programa final, "Baile na Roça" mostra os avanços do elenco
na proposta de Possi Neto de estimular um laboratório de criação
junto aos bailarinos do BCSP.
Assinado por nove integrantes
do elenco e ao som de compositores brasileiros, como Egberto Gismonti, Caetano Veloso, Sérgio Assad e Hermeto Paschoal, o espetáculo retira significados da obra de
Cândido Portinari para compor
um mosaico de belas soluções cênicas e coreográficas -como o
trecho em que a bailarina Cláudia
Palma dança submersa em um
aquário gigante.
Espetáculo: Balé da Cidade de São Paulo
Quando: hoje e amanhã, às 21h ("Axioma 7"
e "Plenilúnio"); dias 13 e 14, às 21h ("Baile na
Roça")
Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça.
Ramos de Azevedo, s/nš; tel. 011/222-8698)
Quanto: R$ 10 a R$ 30
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