MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires

Começou ontem e vai até sábado o Festival Buenos Aires Tango, espécie de "cúpula internacional" da música portenha. Por cinco dias, quem estiver na capital argentina vai poder ver, ouvir e dançar tangos e milongas -tudo de graça.
O evento, promovido pela prefeitura de Buenos Aires, terá 136 horas de "cultura tangueira" -música, cinema, dança, artes plásticas, literatura- espalhada por mais de 30 pontos da cidade.
A abertura do festival, realizada no teatro Colón, ficou por conta da Orquestra dos Grandes Maestros e Solistas, que reuniu 65 dos maiores nomes do tango.
Engana-se quem pensa que tango é coisa do passado ou souvenir turístico. Um número cada vez maior de pessoas de todas as idades se engaja nessa nova onda tangueira, que começou há cerca de dez anos.
Há em Buenos Aires dezenas de academias que ensinam a dançar e a tocar essa música. Além disso, algumas casas noturnas já alternam a batida do rock com as canções de Carlos Gardel e Anibal Troilo.
A prova de que o tango ganhou os portenhos está na quantidade de espaços que este festival ocupará: os centros culturais San Martín e Recoleta, o Café Tortoni, a livraria Gandhi, a Confitería Ideal.
Os mais de 200 artistas que participam do festival atenderão a todos os gostos, desde os mais tradicionalistas aos mais ecléticos.
Para os que preferem o tango clássico, há o legendário "Quinteto Real", Nelly Omar, Susana Rinaldi e Atilio Stampone. Já os heterodoxos poderão conferir as misturas com outros ritmos: o "afrotango" de Juan Darthés ou os "tangos bajos" do roqueiro Daniel Melingo.
O Brasil estará representado por Vítor Ramil, do Rio Grande do Sul.
Além da programação musical, o megaevento terá exposições de escultura e fotografia, feiras de livros e discos, bailes nas calçadas e uma mostra de cinema com os clássicos "Tango" (33) -primeiro filme sonoro da Argentina- e "El Día Que Me Quieras" (35), com Gardel.



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