São Paulo, quarta, 9 de dezembro de 1998

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Pintor tinha postura ditatorial

de Nova York

"Degas erguia sua voz, tornava-se ditadorial, dava ordens. Dizia que a lâmpada deveria ser instalada de um jeito, que a modelo deveria posar de outro... Neste momento, todos os seus amigos dirigiam a palavra a ele com terror. Se você o convidasse para uma noite, saberia exatamente o que esperar -duas horas de obediência militar."
O relato é de Daniel Halévy, família muito fotografada pelas câmeras de Edgar Degas.
Os amigos de Degas diziam que o francês era extremamente perfeccionista quando fotografava, mais até do que no tempo que estava pintando.
"Ele pediu a Henriette (amiga de Daniel) para inclinar a cabeça. E, quando ela não seguiu as ordens, ele (Degas) a pegou pelo pescoço, até que Henriette se curvasse. Então ele exclamou feliz: "Assim está bom'. No outro dia vimos o retrato e todos apareciam sorrindo, mas somente Degas estava de fato feliz", descreveu Daniel em seu diário, mostrando descontentamento com os métodos.
Além de amigos e da noite, Degas tinha outra preferência quando empunhava uma câmera: a estação de ano. Seus trabalhos foram realizados majoritariamente no verão e no outono. Ele dizia que não conseguia nem ler jornais no inverno. (MaD)



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