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Fashion Rio - Crítica/moda
Gisele pilota desastre fashion da Colcci
Vestindo roupas cafonas, megatop teve que andar em círculos para a grife catarinense no primeiro dia do Fashion Rio
Grife estreante Apoena,
do Distrito Federal, foi o destaque do primeiro dia por cuidado com pontos e acertada cartela de cores
ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
Com o line-up debilitado
-após a saída da Animale e a ausência temporária das grifes Sommer e
Reserva-, o Fashion Rio apostou boa parte de suas fichas da
coleção de inverno 2008 numa
abertura bombástica com a
modelo Gisele Bündchen.
Deu tudo errado, porém, anteontem à noite. A Colcci, para
a qual a top desfila, apresentou
uma de suas coleções mais fracas em muitas temporadas. As
peças tombaram várias vezes
no mau gosto, como no jeans
marmorizado vermelho com
que Gisele abriu o desfile.
Os outros dois looks usados
pela megatop, vestidos drapeados com mangas amplas, ajudaram menos ainda. Um deles, de
lamê dourado, era simplesmente cafona.
A apresentação também foi
um desastre. A iluminação era
escura; a música, alta e pesada;
e a passarela giratória privou os
modelos do que eles melhor sabem fazer: andar. Eles tinham
que se postar numa pista que
rodava em torno de um telão
circular. Eram como malas numa passarela de aeroporto.
A megatop escapou um pouco do esquema, rodopiando livremente na pista. Mas ir a um
desfile com Gisele e não vê-la
atravessar, como uma gazela
mitológica, a longa passarela é
o mesmo que entrar no Copacabana Palace pela garagem.
Chegou a hora de a grife deixar de usar Gisele como muleta
de coleções confusas e pretensiosas e se aplicar no aprimoramento do que tem sido sua especialidade: uma linha básica e
casual, feita de vestidos de malhas, jeans e camisetas.
Grife estreante se destaca
Nos demais desfiles do primeiro dia, sobressaiu-se a grife
estreante Apoena, que tem como base de sua coleção os trabalhos feitos por uma cooperativa de artesãos e costureiras do
Distrito Federal.
O cuidado com os pontos, feitos manualmente, e a acertada
cartela de cores foram os destaques do desfile brasiliense. As
estampas bordadas em forma
de flores e corações também
deram certo.
A proposta de estilo clara,
simples e bem brasileira da
Apoena faltou nos outros desfiles do dia. A Mara Mac ainda
aposta no esportivo que Marni
e Calvin Klein apresentaram há
temporadas, incluindo um
pouco de Viktor & Rolf. Alguns
modelos conceituais brancos
pareciam camisas-de-força.
Melk Z-Da também atirou
para todos os lados. Seu trabalho artesanal com tecidos e
aplicações se perdeu na salada
mista que se escorava em Prada, Glória Coelho, Alexandre
Herchcovitch e outros.
Já a DTA, que teve o melhor
styling do dia, escondeu bons
moletons e jeans no meio de
vestidos rebuscados e uma pobre linha de alfaiataria.
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