São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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Fashion Rio - Crítica/moda

Gisele pilota desastre fashion da Colcci

Vestindo roupas cafonas, megatop teve que andar em círculos para a grife catarinense no primeiro dia do Fashion Rio

Grife estreante Apoena, do Distrito Federal, foi o destaque do primeiro dia por cuidado com pontos e acertada cartela de cores

ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Com o line-up debilitado -após a saída da Animale e a ausência temporária das grifes Sommer e Reserva-, o Fashion Rio apostou boa parte de suas fichas da coleção de inverno 2008 numa abertura bombástica com a modelo Gisele Bündchen.
Deu tudo errado, porém, anteontem à noite. A Colcci, para a qual a top desfila, apresentou uma de suas coleções mais fracas em muitas temporadas. As peças tombaram várias vezes no mau gosto, como no jeans marmorizado vermelho com que Gisele abriu o desfile.
Os outros dois looks usados pela megatop, vestidos drapeados com mangas amplas, ajudaram menos ainda. Um deles, de lamê dourado, era simplesmente cafona.
A apresentação também foi um desastre. A iluminação era escura; a música, alta e pesada; e a passarela giratória privou os modelos do que eles melhor sabem fazer: andar. Eles tinham que se postar numa pista que rodava em torno de um telão circular. Eram como malas numa passarela de aeroporto.
A megatop escapou um pouco do esquema, rodopiando livremente na pista. Mas ir a um desfile com Gisele e não vê-la atravessar, como uma gazela mitológica, a longa passarela é o mesmo que entrar no Copacabana Palace pela garagem.
Chegou a hora de a grife deixar de usar Gisele como muleta de coleções confusas e pretensiosas e se aplicar no aprimoramento do que tem sido sua especialidade: uma linha básica e casual, feita de vestidos de malhas, jeans e camisetas.

Grife estreante se destaca
Nos demais desfiles do primeiro dia, sobressaiu-se a grife estreante Apoena, que tem como base de sua coleção os trabalhos feitos por uma cooperativa de artesãos e costureiras do Distrito Federal.
O cuidado com os pontos, feitos manualmente, e a acertada cartela de cores foram os destaques do desfile brasiliense. As estampas bordadas em forma de flores e corações também deram certo.
A proposta de estilo clara, simples e bem brasileira da Apoena faltou nos outros desfiles do dia. A Mara Mac ainda aposta no esportivo que Marni e Calvin Klein apresentaram há temporadas, incluindo um pouco de Viktor & Rolf. Alguns modelos conceituais brancos pareciam camisas-de-força.
Melk Z-Da também atirou para todos os lados. Seu trabalho artesanal com tecidos e aplicações se perdeu na salada mista que se escorava em Prada, Glória Coelho, Alexandre Herchcovitch e outros.
Já a DTA, que teve o melhor styling do dia, escondeu bons moletons e jeans no meio de vestidos rebuscados e uma pobre linha de alfaiataria.


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