São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


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RELÂMPAGOS
Havana prometida

JOÃO GILBERTO NOLL

Ela vai para Cuba fazer um tratamento para voltar a enxergar. Foi acometida na infância por uma enfermidade de nome longo. Se lembro, nele cabia até a palavra "constelação". A moça escreve belos poemas. Me liga de madrugada pedindo que eu os leia. De um gosto especialmente. Fala do "sabor relutante da noite". Sento na cama. E vou recitando preguiçosamente as sílabas de sua verve sinuosa. Ela vai para Havana. Talvez volte enxergando um pouco. Ou um pouco mais. Diz que consegue ver alguma coisa. "O quê?", pergunto. Ela me olha aí com tal ardor que entendo.


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