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Elvis Presley e Carl Perkins são coadjuvantes
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o parâmetro for sua discografia no país, Johnny
Cash é um desconhecido no
Brasil. Apenas um pequeno
punhado de seus discos, incluindo aí coletâneas, ganharam edição nacional, e o
principal mérito musical
deste "Johnny & June" é
desvelar alguns belos momentos desta grande voz da
música norte-americana.
A produção se posiciona
apenas numa primeira parte
da carreira de Johnny Cash,
até seu casamento, em 1968,
com a cantora June Carter.
Mais do que uma biografia
musical, "Johnny & June"
relembra os relacionamentos de Cash (seja com as mulheres, seja com drogas ou
com outros artistas).
Reese Witherspoon, como
June Carter, mostra bela voz,
mas é Joaquin Phoenix, no
papel de Cash, quem está
um passo à frente.
Algumas passagens do filme são ficcionais demais. Insinua, por exemplo, que June Carter compôs sozinha
"Ring of Fire"; Jerry Lee Lewis não era tão bobo quanto
o mostrado aqui; e o conselho de Sam Phillips (da gravadora Sun Records, quem
primeiro assinou com Cash)
não foi para ele cantar "com
mais alma", mas para tentar
algo mais vendável do que
velhas canções gospel.
"Johnny & June" realça algumas das históricas turnês
do cantor com artistas como
Jerry Lee Lewis, Roy Orbison
Carl Perkins e Elvis Presley.
Cash foi figura fundamental
nos primeiros anos do rock
and roll, e aqui são ilustrados por canções como "Ring
of Fire" e "Walk the Line",
além de divertidos duetos
com Carter ("Jackson").
Não à toa, o filme chega ao
clímax na cena da gravação
de "At Folsom Prison", o
mais representativo disco de
Cash. Numa grande sala,
cercado por detentos, ele explode com "Folsom Prison
Blues", e ali entendemos toda a grandiosidade de
Johnny Cash.
(THIAGO NEY)
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