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MÚSICA
"Eletracústica", de Gilberto Gil, foi premiado como o melhor disco de world music; U2 ganhou nas categorias rock
Madonna e Gorillaz agitam o Grammy
DA REPORTAGEM LOCAL
Será que depois de 40 e tantos
anos o Grammy está ficando legal? O que foi Madonna e Gorillaz
abrindo a cerimônia? E Kanye
West com Jamie Foxx? E Paul
McCartney, que rememorou a
irada e clássica "Helter Skelter"
lodo depois da fofa e nova "Fine
Line"? Tudo isso foi visto nos
shows da 48ª edição da premiação, ocorrida anteontem à noite
em Los Angeles.
O melhor da noite veio na abertura. No palco, os músicos/cartuns Gorillaz, resultado da imaginação de Damon Albarn (Blur) e
do desenhista Jamie Hewlett. Eles
dançam, fazem pose, olhar blasé,
e "interpretam" o rap eletrônico
"Feel Good Inc". A certa altura, os
três membros do De La Soul entram para dar mais força à canção. A música vai acabando e Madonna emerge no palco.
Com um collant cavadíssimo,
ela brinca com as imagens, como
dizendo "agora é minha vez", e
emenda "Hung Up", o poderoso
single de seu mais recente álbum.
Os Gorillaz se vão, e fica Madonna, aos 47 anos (quase a idade do
Grammy...), rebolando e se esfregando nos seus dançarinos. A
MTV daria uma antena para exibir coisa tão moderna quanto esses quase dez minutos de Madonna/Gorillaz. Ficou pequeno para o
Coldplay, que se apresentou em
seguida com uma insossa "Talk".
Com "Gold Digger", Kanye
West, rapper dos mais talentosos,
repetiu o dueto com Jamie Foxx
que está no premiado álbum "Late Registration". Pela primeira vez
tocando ao vivo no Grammy,
McCartney empolgou com "Helter Skelter" e "Fine Line", esta de
seu elogiado "Chaos and Creation
in the Backyard" E ainda teve U2
(com Mary J. Blige), Mariah Carey
e homenagens a Sly Stone e, no
encerramento, à Nova Orleans
(Elvis Costello, Dr. John...)
Quando os shows davam lugar
aos prêmios, o Grammy se tornava mais convencional. U2 levou
os principais nas categorias rock;
Kelly Clarkson, saída de um "reality show", levou como cantora
pop; Stevie Wonder, como cantor
pop; e "Eletracústica", do ministro Gilberto Gil, ficou com o troféu de disco de world music.
"É o segundo prêmio que recebo na mesma categoria de músicas do mundo", disse Gil em nota.
"Os dois discos premiados [o outro foi "Quanta"] têm ambos repertórios brasileiro/internacionais. Creio que interessa muito à
organização esse tipo de conteúdo para a categoria."
(TN)
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