São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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Comentário

Karina vem epifânica, agora Só(lo) e a PÉ

ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Recífre! Chico Science de$$ifrou. Xamou: a Bruxa da Floresta Negra Heimat na Zona da Mata quase Agreste. Chegou na Soparia de Roger Karina Katimbozeira com suas Cumadres batendo no Tambor: "o corpo humano tem a resistência perfeita, se bate leve dói bate com força mata".
Ela bate sem bater ela mesma, nela mesma. Sola na sola dos Pés como Isaurinha Garcia. O Coro que Comanda. O da Banda que bate leve, bate forte pra matar balindo cabra com a Poesia Doce dela mesma, misteriosamente muito muito cool. Irada, malvada, mentirosa, dengosa, preguiçosa. Gostosa. Gritando gloriosa ameaçando: "minha fúria odiosa já tá na agulha".
CIBER KARINAKATYMBOAZEIRA
Vem, com máquinas de fumaça. Feiticeira Misteriosa, fura São Paulo, faz virar Sampã pois você chegou DesRecifrando o Globo. Ninando as crianças entre os mísseis de Bagdá. NASSÍRIA e NAJAF.
Do Oriente pré Maomé: Pagão. Cantando Suffi na dor, no som as vezes heavy. Pra você Karina ser sempre leve. Karina vem epifânica, agora Só(lo), agora a PÉ. No Pé do verso João Cabral de Joana versando, andando, andando, "pulando contra a vontade do chão pra ir até lá..."
Karina teu suor virou pó! Do bom. Do que vira Poeira das Estrelas. Da Ethernidade. Como tua sósia, tua gêmea, deusa louca do corpo sem órgãos, minha adorada Vivien Leigh. Não só no olhar azul do rosto irado de Scarlett o'Hara ou na delicadeza de Blanche Du Bois. Muito mais: na Artista que se comunica no paradoxo do mistério fugindo pra não ser capturada, fingindo que não leva nada sério, a grandeza IndeRecifrável da POESIA presente sempre nas tuas batidas
bate
bate
bate
bateu muito em mim. No meu coração beatizado, num marca passo q te ouve enlouquecido. Nos teus paradoxos. Comovido por teu canto e o encanto das tuas bandas que brotaram de seu himeneu musical.
Tua CirandaFunk está mais que no "mercado fonográfico". Atingiu alquímico como te ouço. As glórias do mercado pornográfico. Vai com teu Tamborzinho Dytirâmbico que virou teu corpo-alma que você vai poder estourar à vontade "o plástico bolha". E nós todos também. Com a Multidão.
POETA É EM SÍ COMO VOCÊ = TODA A MULTIDÃO: DESPADRONIZADA Que Júbilo pra esse momento do Brasil. Você não é padronizada!!!!!!!!!!! Você há de cantar nas Praças de Todas as Paixões porque teu canto batido é mais que humano,é divino, divina KARINA KATYMBOZEIRA CYBER. Zé
EVOÉROS
6ª 3:03, 5 de fevereiro, Sampa OficinaUzinaUzona

ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA é ator, dramaturgo, diretor e cocriador do Teatro Oficina



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