|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Comentário
Karina vem epifânica, agora Só(lo) e a PÉ
ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Recífre!
Chico Science de$$ifrou.
Xamou: a Bruxa da Floresta
Negra Heimat na Zona da Mata
quase Agreste. Chegou na Soparia de Roger Karina Katimbozeira com suas Cumadres
batendo no Tambor: "o corpo
humano tem a resistência perfeita, se bate leve dói bate com
força mata".
Ela bate sem bater ela mesma, nela mesma. Sola na sola
dos Pés como Isaurinha Garcia.
O Coro que Comanda. O da
Banda que bate leve, bate forte
pra matar balindo cabra com a
Poesia Doce dela mesma, misteriosamente muito muito
cool. Irada, malvada, mentirosa, dengosa, preguiçosa. Gostosa. Gritando gloriosa ameaçando: "minha fúria odiosa já tá na
agulha".
CIBER KARINAKATYMBOAZEIRA
Vem, com máquinas de fumaça. Feiticeira Misteriosa, fura São Paulo, faz virar Sampã
pois você chegou DesRecifrando o Globo. Ninando as crianças entre os mísseis de Bagdá.
NASSÍRIA e NAJAF.
Do Oriente pré Maomé: Pagão. Cantando Suffi na dor, no
som as vezes heavy. Pra você
Karina ser sempre leve.
Karina vem epifânica, agora
Só(lo), agora a PÉ. No Pé do
verso João Cabral de Joana
versando, andando, andando,
"pulando contra a vontade do
chão pra ir até lá..."
Karina teu suor virou pó! Do
bom. Do que vira Poeira das Estrelas. Da Ethernidade. Como
tua sósia, tua gêmea, deusa louca do corpo sem órgãos, minha
adorada Vivien Leigh. Não só
no olhar azul do rosto irado de
Scarlett o'Hara ou na delicadeza de Blanche Du Bois. Muito
mais: na Artista que se comunica no paradoxo do mistério fugindo pra não ser capturada,
fingindo que não leva nada sério, a grandeza IndeRecifrável
da POESIA presente sempre
nas tuas batidas
bate
bate
bate
bateu muito em mim. No meu
coração beatizado, num marca
passo q te ouve enlouquecido.
Nos teus paradoxos. Comovido
por teu canto e o encanto das
tuas bandas que brotaram de
seu himeneu musical.
Tua CirandaFunk está mais
que no "mercado fonográfico".
Atingiu alquímico como te ouço. As glórias do mercado pornográfico. Vai com teu Tamborzinho Dytirâmbico que virou teu corpo-alma que você
vai poder estourar à vontade "o
plástico bolha". E nós todos
também. Com a Multidão.
POETA É EM SÍ COMO VOCÊ = TODA A MULTIDÃO:
DESPADRONIZADA
Que Júbilo pra esse momento do Brasil. Você não é padronizada!!!!!!!!!!!
Você há de cantar nas Praças
de Todas as Paixões porque teu
canto batido é mais que humano,é divino, divina KARINA
KATYMBOZEIRA CYBER.
Zé
EVOÉROS
6ª 3:03, 5 de fevereiro, Sampa
OficinaUzinaUzona
ZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA é ator, dramaturgo, diretor e cocriador do Teatro Oficina
Texto Anterior: Crítica: Cantora fornece leveza do pop a um clima épico Próximo Texto: Música: Sertanejo Pena Branca morre aos 70, em SP Índice
|