São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2000


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MÚSICA
Capital Inicial prepara o seu "Acústico MTV"

especial para a Folha

Depois de Titãs, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso, chegou a vez do Capital Inicial gravar um disco acústico ao vivo pela MTV. O grupo brasiliense está definindo o repertório e fazendo os últimos ensaios para a gravação, que será no dia 21 de março no Teatro Mars, em São Paulo.
O vocalista Dinho Ouro Preto concorda que o formato está desgastado, mas acha que sua banda, diferentemente dos Paralamas e dos Titãs (que ele diz preferir desplugados), tem crédito para gravar ao vivo.
"O Capital Inicial é o único grupo de sua geração que nunca lançou um disco ao vivo. Além disso, vamos optar por um formato mais simples, sem orquestras e instrumentos de sopro."
Das 20 canções que a banda está ensaiando, 12 vão fazer parte do repertório do CD. Sucessos como "Música Urbana", "Fátima", e "Passageiro" são presença certa. Assim como as inéditas "Love Song" e "Construção Civil", parceria que Flávio Lemos (baixista do grupo) compôs com Renato Russo nos tempos do Aborto Elétrico (banda formada no fim dos anos 70 em Brasília, que acabou dando origem ao Legião Urbana).
Dinho conta que a idéia do disco era fazer uma grande homenagem ao movimento musical de Brasília do começo dos anos 80. "A gente ia chamar toda a galera, mas acabamos percebendo que os convidados não caberiam no palco e que a seleção das músicas seria complicada", conta o vocalista, que preferia fazer a gravação no Teatro Municipal em Brasília.
"Tivemos a chance quando foi comemorado o aniversário de Brasília o ano passado, mas preferiram chamar o Milton Nascimento para cantar e não a gente. Achei uma puta sacanagem. É como se convidassem um artista paulista para cantar no aniversário da Bahia."
Segundo Dinho, Brasília nunca reconheceu a importância das bandas de rock dos anos 80. "Todos os Estados levantam a bandeira de seus movimentos artísticos, menos Brasília. A Bahia tem o tropicalismo; o Rio de Janeiro, a bossa nova; Minas Gerais, o Clube da Esquina; e São Paulo, a Jovem Guarda", reclama. Para compensar, o cenário do show acústico vai ser todo inspirado na arquitetura de Brasília.
Além de Kiko Zambianchi, que vai tocar violão durante toda a gravação do acústico, o Capital Inicial convidou Zélia Duncan e Rodolfo, vocalista do grupo Raimundos. "A Zélia, que deve cantar "Eu Vou Estar", foi minha colega no Marista, um colégio de padre de Brasília. Ela tem uma voz grave e um estilo que a gente gosta muito", elogia Dinho.
"Já o Rodolfo representa a continuidade da nossa geração. Ele sempre levantou a bandeira das bandas dos anos 80. Não tem receio de dizer que ouviu muito Capital e Plebe (Rude)."
(TOM CARDOSO)


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