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MÚSICA
Capital Inicial prepara o seu "Acústico MTV"
especial para a Folha
Depois de Titãs, Legião Urbana
e Paralamas do Sucesso, chegou a
vez do Capital Inicial gravar um
disco acústico ao vivo pela MTV.
O grupo brasiliense está definindo o repertório e fazendo os últimos ensaios para a gravação, que
será no dia 21 de março no Teatro
Mars, em São Paulo.
O vocalista Dinho Ouro Preto
concorda que o formato está desgastado, mas acha que sua banda,
diferentemente dos Paralamas e
dos Titãs (que ele diz preferir desplugados), tem crédito para gravar ao vivo.
"O Capital Inicial é o único grupo de sua geração que nunca lançou um disco ao vivo. Além disso,
vamos optar por um formato
mais simples, sem orquestras e
instrumentos de sopro."
Das 20 canções que a banda está
ensaiando, 12 vão fazer parte do
repertório do CD. Sucessos como
"Música Urbana", "Fátima", e
"Passageiro" são presença certa.
Assim como as inéditas "Love
Song" e "Construção Civil", parceria que Flávio Lemos (baixista
do grupo) compôs com Renato
Russo nos tempos do Aborto Elétrico (banda formada no fim dos
anos 70 em Brasília, que acabou
dando origem ao Legião Urbana).
Dinho conta que a idéia do disco era fazer uma grande homenagem ao movimento musical de
Brasília do começo dos anos 80.
"A gente ia chamar toda a galera,
mas acabamos percebendo que
os convidados não caberiam no
palco e que a seleção das músicas
seria complicada", conta o vocalista, que preferia fazer a gravação
no Teatro Municipal em Brasília.
"Tivemos a chance quando foi
comemorado o aniversário de
Brasília o ano passado, mas preferiram chamar o Milton Nascimento para cantar e não a gente.
Achei uma puta sacanagem. É como se convidassem um artista
paulista para cantar no aniversário da Bahia."
Segundo Dinho, Brasília nunca
reconheceu a importância das
bandas de rock dos anos 80. "Todos os Estados levantam a bandeira de seus movimentos artísticos, menos Brasília. A Bahia tem o
tropicalismo; o Rio de Janeiro, a
bossa nova; Minas Gerais, o Clube
da Esquina; e São Paulo, a Jovem
Guarda", reclama. Para compensar, o cenário do show acústico
vai ser todo inspirado na arquitetura de Brasília.
Além de Kiko Zambianchi, que
vai tocar violão durante toda a
gravação do acústico, o Capital
Inicial convidou Zélia Duncan e
Rodolfo, vocalista do grupo Raimundos. "A Zélia, que deve cantar "Eu Vou Estar", foi minha colega no Marista, um colégio de padre de Brasília. Ela tem uma voz
grave e um estilo que a gente gosta
muito", elogia Dinho.
"Já o Rodolfo representa a continuidade da nossa geração. Ele
sempre levantou a bandeira das
bandas dos anos 80. Não tem receio de dizer que ouviu muito Capital e Plebe (Rude)."
(TOM CARDOSO)
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