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MUNDO DE BACO
Um novo continente na rota dos bons vinhos
JORGE CARRARA
Colunista da Folha
Qual a nacionalidade de uma
das companhias de maior sucesso
no mundo de Baco, proprietária
da maior extensão de vinhedos
possuída por uma produtora de
vinhos finos no planeta e que conseguiu construir, em poucos
anos, um portfólio que inclui desde vinhos simples, com ótima relação custo-benefício, até garrafas
caríssimas, verdadeiros itens de
colecionador?
Francesa, talvez? Ou, no mínimo, oriunda de algum país europeu. Nada mais natural, afinal o
Velho Mundo tem longa tradição
na elaboração de vinhos. Certo?
Errado. Dona de cerca de 6.000
hectares de vinhedos em três continentes e de um faturamento
que, em 1999, alcançou cerca de
US$ 430 milhões -superando
outros gigantes da indústria como Beringer e Mondavi-, a
Southcorp Wines é australiana.
Segundo a revista "Wine Spectator" -que na sua edição de 15
de novembro passado dedicou-lhe um artigo-, a Southcorp, que
começou a sua história fabricando geladeiras, entrou no mundo
do vinho em 1990, ao adquirir a
renomada vinícola Penfolds.
Hoje, 18 adegas australianas, do
calibre da Lindemans e da
Wynns, aglutinam-se no grupo,
oferecendo desde vinhos como
Lindemans Bin 45 (um Cabernet
que custa R$ 15 na cidade) até
preciosidades como o Grange
(um tremendo Shiraz vendido
por US$ 275 a unidade).
Os vinhos da Coldstream Hills,
uma pequena vinícola recentemente adquirida localizada perto
de Melbourne, são a mais recente
novidade do grupo a desembarcar no Brasil.
Modelados por James Halliday,
um dos mais renomados escritores de vinho da Austrália e ex-proprietário da casa, os Coldstream não têm a habitual musculatura dos vinhos da terra dos
cangurus, mas mostram, em contrapartida, bastante elegância.
Na ala dos tintos, há um bom
Pinot Noir 96, equilibrado, com
bom conteúdo de fruta. Mais encorpado, o Briarston 96 (um Cabernet Sauvignon temperado
com 9% de Merlot e outro tanto
de Cabernet Franc) tem aroma
bastante intenso (leve cassis e
framboesa) e taninos agradáveis.
Melhor ainda é o Merlot 97 (perfume intenso típico da cepa, que
parece pular do copo) um vinho
rico, com paladar redondo e concentrado.
Entre os brancos, o Chardonnay 96 é um vinho discreto, presa
fácil do exército de similares chilenos que habitam nossas prateleiras. O Chardonnay Reserve 97,
no entanto, merece um parágrafo
à parte. De aroma potente (maçã
e abacaxi em calda, suave amanteigado, cravo), é um dos melhores exemplares da cepa disponíveis no país.
Best buy
A renovação da Finca Flichman,
uma tradicional adega Argentina
comprada pouco tempo atrás pela
firma portuguesa Sogrape, começa a aparecer no copo. Bem frutado, com boa concentração e um
toque suave de carvalho o Merlot
98 da casa é um vinho equilibrado,
ideal para acompanhar carnes
vermelhas grelhadas. Custa R$
16,58 no Pão de Açúcar (al. Ministro Rocha Azevedo, 1.136, tel. 0/
xx/11/280-6868).
Brancos top
Quem gosta de vinhos brancos
terá oportunidade de degustar alguns goles dia 16 de março na Sociedade Brasileira dos Amigos do
Vinho (0/xx/11/814-7905). Na data, serão degustados alguns exemplares de ponta. Entre eles, estarão
dois super Chardonnay, o belíssimo Catena Alta 97, argentino, e o
fantástico californiano Mer & Soleil, um dos melhores do planeta.
Cerveja
A cerveja entra na programação
da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo (0/xx/11/814-7853). Um curso composto de
quatro aulas ministradas às terças
feiras (a primeira dia 14) descortinará os principais aspectos da bebida. As aulas abordarão história,
produção, degustação e harmonização dos diversos tipos de cervejas com comida. O programa inclui visita a uma cervejaria.
Novidade
Um novo rum premium une-se
à linha de destilados da Bacardi-Martini do Brasil. A firma acabou
de lançar o Reserva Superior, um
rum importado envelhecido oito
anos. Elaborado no coração do
Caribe, nas Bahamas, o Reserva é
um rum agradável, de paladar redondo e complexo, marcado por
madeira.
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