São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2000


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MUNDO DE BACO
Um novo continente na rota dos bons vinhos

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Qual a nacionalidade de uma das companhias de maior sucesso no mundo de Baco, proprietária da maior extensão de vinhedos possuída por uma produtora de vinhos finos no planeta e que conseguiu construir, em poucos anos, um portfólio que inclui desde vinhos simples, com ótima relação custo-benefício, até garrafas caríssimas, verdadeiros itens de colecionador?
Francesa, talvez? Ou, no mínimo, oriunda de algum país europeu. Nada mais natural, afinal o Velho Mundo tem longa tradição na elaboração de vinhos. Certo? Errado. Dona de cerca de 6.000 hectares de vinhedos em três continentes e de um faturamento que, em 1999, alcançou cerca de US$ 430 milhões -superando outros gigantes da indústria como Beringer e Mondavi-, a Southcorp Wines é australiana.
Segundo a revista "Wine Spectator" -que na sua edição de 15 de novembro passado dedicou-lhe um artigo-, a Southcorp, que começou a sua história fabricando geladeiras, entrou no mundo do vinho em 1990, ao adquirir a renomada vinícola Penfolds.
Hoje, 18 adegas australianas, do calibre da Lindemans e da Wynns, aglutinam-se no grupo, oferecendo desde vinhos como Lindemans Bin 45 (um Cabernet que custa R$ 15 na cidade) até preciosidades como o Grange (um tremendo Shiraz vendido por US$ 275 a unidade).
Os vinhos da Coldstream Hills, uma pequena vinícola recentemente adquirida localizada perto de Melbourne, são a mais recente novidade do grupo a desembarcar no Brasil.
Modelados por James Halliday, um dos mais renomados escritores de vinho da Austrália e ex-proprietário da casa, os Coldstream não têm a habitual musculatura dos vinhos da terra dos cangurus, mas mostram, em contrapartida, bastante elegância.
Na ala dos tintos, há um bom Pinot Noir 96, equilibrado, com bom conteúdo de fruta. Mais encorpado, o Briarston 96 (um Cabernet Sauvignon temperado com 9% de Merlot e outro tanto de Cabernet Franc) tem aroma bastante intenso (leve cassis e framboesa) e taninos agradáveis. Melhor ainda é o Merlot 97 (perfume intenso típico da cepa, que parece pular do copo) um vinho rico, com paladar redondo e concentrado.
Entre os brancos, o Chardonnay 96 é um vinho discreto, presa fácil do exército de similares chilenos que habitam nossas prateleiras. O Chardonnay Reserve 97, no entanto, merece um parágrafo à parte. De aroma potente (maçã e abacaxi em calda, suave amanteigado, cravo), é um dos melhores exemplares da cepa disponíveis no país.

Best buy
A renovação da Finca Flichman, uma tradicional adega Argentina comprada pouco tempo atrás pela firma portuguesa Sogrape, começa a aparecer no copo. Bem frutado, com boa concentração e um toque suave de carvalho o Merlot 98 da casa é um vinho equilibrado, ideal para acompanhar carnes vermelhas grelhadas. Custa R$ 16,58 no Pão de Açúcar (al. Ministro Rocha Azevedo, 1.136, tel. 0/ xx/11/280-6868).

Brancos top
Quem gosta de vinhos brancos terá oportunidade de degustar alguns goles dia 16 de março na Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (0/xx/11/814-7905). Na data, serão degustados alguns exemplares de ponta. Entre eles, estarão dois super Chardonnay, o belíssimo Catena Alta 97, argentino, e o fantástico californiano Mer & Soleil, um dos melhores do planeta.

Cerveja
A cerveja entra na programação da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo (0/xx/11/814-7853). Um curso composto de quatro aulas ministradas às terças feiras (a primeira dia 14) descortinará os principais aspectos da bebida. As aulas abordarão história, produção, degustação e harmonização dos diversos tipos de cervejas com comida. O programa inclui visita a uma cervejaria.

Novidade
Um novo rum premium une-se à linha de destilados da Bacardi-Martini do Brasil. A firma acabou de lançar o Reserva Superior, um rum importado envelhecido oito anos. Elaborado no coração do Caribe, nas Bahamas, o Reserva é um rum agradável, de paladar redondo e complexo, marcado por madeira.


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