São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2008

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Interpol refuta legado de Curtis

Banda formada em Nova York inicia amanhã turnê que passará por São Paulo, Rio e Belo Horizonte

Em entrevista à Folha, o vocalista Paul Banks afirma que as comparações de seu grupo com o Joy Division são incorretas

DA REPORTAGEM LOCAL

A curta trajetória dos ingleses Joy Division (1976-1980) é responsável por uma sombra que desde então se mantém perene sobre a música pop.
O teor aflitivo de letras como "She's Lost Control", a estética lúgubre e canções que freavam a violência punk (porém com não menos energia) são encontrados em nomes atuais do rock, como Bloc Party e Editors, mas especialmente no grupo nova-iorquino Interpol.
Dez entre dez textos relacionados ao Interpol mencionam as semelhanças entre a banda, formada no final dos anos 1990, e o grupo de Ian Curtis (1956-80). A comparação irrita os integrantes do grupo, como demonstrou Paul Banks, vocalista do Interpol, em recente entrevista à Folha:
"Não tenho nenhum problema quando alguém diz que somos parecidos com esta ou com aquela banda. É a sua opinião, tudo bem. O que é errado é afirmar que somos influenciados por tal e tal banda. Ninguém sabe o que nos influenciou. Nossas influências são centenas e centenas de bandas, e não alguma em particular do pós-punk. Não queira me dizer por que eu faço o que faço".
Os fãs brasileiros do Interpol poderão ver ao vivo se as comparações com o Joy Division são exageradas ou não. A banda inicia amanhã sua primeira turnê pelo país, com shows em São Paulo (amanhã), Rio (quinta) e Belo Horizonte (sábado). Além de Paul Banks, o Interpol tem em sua formação Daniel Kessler (guitarra), o bigodudo Carlos D. (baixo) e Sam Fogarino (bateria).
A banda apareceu ao mundo entre 2001 e 2002, jogada no meio do turbilhão do novo rock inaugurado pelos Strokes. O primeiro disco, "Turn On the Bright Lights", está entre os melhores CDs lançados em 2002, muito por culpa de sua primeira metade -as cinco primeiras faixas do álbum formam uma seqüência irrepreensível: "Untitled", "Obstacle 1", "NYC", "PDA" e "Say Hello to the Angels".
A boa recepção ao disco gerou grande expectativa em torno de seu sucessor, e "Antics" (2004), mesmo com um clima "menos dark" do que "Turn On...", não decepcionou com faixas como "Slow Hands" e "Not Even Jail".
Em 2006, o Interpol deixava o selo indie Matador para assinar contrato com a EMI. Em 2007, veio o terceiro (e mais fraco) disco do grupo, "Our Love to Admire". Há um maior uso de teclados, a atmosfera soturna retorna à banda, mas várias canções fracas e inexpressivas impedem que o disco decole.
À Folha, Paul Banks disse que, nos shows brasileiros, o grupo tocará faixas dos três álbuns. "Temos carinho pelas músicas antigas."


INTERPOL
Quando:
amanhã, em São Paulo; quinta, no Rio de Janeiro; sábado, em Belo Horizonte
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, São Paulo; tel. 0/xx/11/3044-2727); Fundição Progresso (r. dos Arcos, 24, Rio de Janeiro; tel. 0/xx/21/2220-5070); Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Belo Horizonte; tel. 0/xx/ 31/2191-5700
Quanto: de R$ 100 a R$ 160 (SP); R$ 100 (RJ); de R$ 100 a R$ 140 (BH)


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