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Interpol refuta legado de Curtis
Banda formada em Nova York inicia amanhã turnê que passará por São Paulo, Rio e Belo Horizonte
Em entrevista à Folha, o vocalista Paul Banks afirma que as comparações de seu grupo com o Joy Division são incorretas
DA REPORTAGEM LOCAL
A curta trajetória dos ingleses Joy Division (1976-1980) é
responsável por uma sombra
que desde então se mantém perene sobre a música pop.
O teor aflitivo de letras como
"She's Lost Control", a estética
lúgubre e canções que freavam
a violência punk (porém com
não menos energia) são encontrados em nomes atuais do
rock, como Bloc Party e Editors, mas especialmente no
grupo nova-iorquino Interpol.
Dez entre dez textos relacionados ao Interpol mencionam
as semelhanças entre a banda,
formada no final dos anos 1990,
e o grupo de Ian Curtis (1956-80). A comparação irrita os integrantes do grupo, como demonstrou Paul Banks, vocalista
do Interpol, em recente entrevista à Folha:
"Não tenho nenhum problema quando alguém diz que somos parecidos com esta ou
com aquela banda. É a sua opinião, tudo bem. O que é errado
é afirmar que somos influenciados por tal e tal banda. Ninguém sabe o que nos influenciou. Nossas influências são
centenas e centenas de bandas,
e não alguma em particular do
pós-punk. Não queira me dizer
por que eu faço o que faço".
Os fãs brasileiros do Interpol
poderão ver ao vivo se as comparações com o Joy Division
são exageradas ou não. A banda
inicia amanhã sua primeira
turnê pelo país, com shows em
São Paulo (amanhã), Rio (quinta) e Belo Horizonte (sábado).
Além de Paul Banks, o Interpol tem em sua formação Daniel Kessler (guitarra), o bigodudo Carlos D. (baixo) e Sam
Fogarino (bateria).
A banda apareceu ao mundo
entre 2001 e 2002, jogada no
meio do turbilhão do novo rock
inaugurado pelos Strokes.
O primeiro disco, "Turn On
the Bright Lights", está entre
os melhores CDs lançados em
2002, muito por culpa de sua
primeira metade -as cinco primeiras faixas do álbum formam uma seqüência irrepreensível: "Untitled", "Obstacle 1", "NYC", "PDA" e "Say Hello to the Angels".
A boa recepção ao disco gerou grande expectativa em torno de seu sucessor, e "Antics"
(2004), mesmo com um clima
"menos dark" do que "Turn
On...", não decepcionou com
faixas como "Slow Hands" e
"Not Even Jail".
Em 2006, o Interpol deixava
o selo indie Matador para assinar contrato com a EMI. Em
2007, veio o terceiro (e mais
fraco) disco do grupo, "Our Love to Admire".
Há um maior uso de teclados, a atmosfera soturna retorna à banda, mas várias canções
fracas e inexpressivas impedem que o disco decole.
À Folha, Paul Banks disse
que, nos shows brasileiros, o
grupo tocará faixas dos três álbuns. "Temos carinho pelas
músicas antigas."
INTERPOL
Quando: amanhã, em São Paulo;
quinta, no Rio de Janeiro; sábado,
em Belo Horizonte
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, São
Paulo; tel. 0/xx/11/3044-2727); Fundição Progresso (r. dos Arcos, 24, Rio
de Janeiro; tel. 0/xx/21/2220-5070);
Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do
Carmo, 230, Belo Horizonte; tel. 0/xx/
31/2191-5700
Quanto: de R$ 100 a R$ 160 (SP); R$
100 (RJ); de R$ 100 a R$ 140 (BH)
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