São Paulo, sexta-feira, 10 de abril de 2009

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Blog disponibiliza coleção de fitas cassete africanas

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma compilação com artistas do Mali e da Nigéria. Outra de rap senegalês. Uma fita com uma lenda da música congolesa. E outra de um influente produtor de Gana.
Uma variedade de artistas africanos divide os posts de "Awesome Tapes from Africa" (fitas incríveis da África), blog que disponibiliza, via streaming, fitas cassete do continente, acompanhadas por suas capas e breves apresentações.
"Meu blog reúne novos nomes e outros mais tradicionais da música africana", diz o americano Brian Shimkovitz, 28, que comanda de Nova York o endereço (awesometapes fromafrica.blogspot.com) e viaja a diversos países para discotecar seus achados.
O blog nasceu há três anos, depois que Shimkovitz retornou do continente. "Quando voltei, depois de um ano pesquisando hip hop em Gana, tinha tantas fitas que achei que seria bom dividir com as pessoas", diz ele, que desenrola no blog histórias por trás de suas cassetes.
O blogueiro conta que CDs são bem populares na África, mas as fitas permanecem bastante comuns. "A maioria dos carros ainda só tem toca-fitas. É difícil generalizar, mas acho que existem mais cassetes do que CDs na África."
Shimkovitz chama a atenção para a diversidade da cena pop africana. "Ela é muito vasta e complexa. Para cada cidade e região existe uma variedade de estilos que estão constantemente evoluindo e se misturando", conta. "O hip hop africano é enorme e cada país apresenta uma cena diferente. Na Nigéria, em Gana e na Tanzânia, eles são muito interessantes e completamente diferente do que ouvimos nos Estados Unidos", diz.
Entre artistas consagrados, como o nigeriano Fela Kuti, pai do afrobeat, ou menos conhecidos, como o cantor malinês Boubacar Traoré, Shimkovitz elogia nomes mais recentes, como o Buraka Som Sistema. "Existem diversos artistas em Angola com a mesma pegada, e artistas como a M.I.A. certamente ajudaram a aumentar o interesse da música ao redor do mundo." Ainda que com uma tímida audiência, Shimkovitz faz o mesmo com suas cassetes.


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